Empreendedorismo e inovação são discutidos com renomado especialista
Fernando Seabra esteve no Campus Chapecó em visita para conhecer a universidade e conversar com a comunidade acadêmica

Publicado em: 19 de abril de 2018 00h04min / Atualizado em: 22 de abril de 2018 11h04min

A UFFS – Campus Chapecó recebeu, na noite de quarta-feira (18), a visita de Fernando Seabra, empreendedor, avaliador, analista, mentor, investidor anjo e conselheiro de startups e aceleradoras, além de ser líder do Grupo de Relacionamento com Investidores (GRI) do Departamento da Micro, Pequena, Média Indústria e Acelera FIESP. Seabra viria para Chapecó para palestrar em eventos e resolveu antecipar a viagem para conhecer melhor a cidade e visitar universidades.

Em um primeiro momento, Seabra teve uma breve reunião com os membros da Incubadora de Negócios (INNE) e da Empresa Júnior “Sem Fronteiras”. O professor que está à frente das duas iniciativas, Humberto Tonani Tosta, apresentou e explicou sobre a INNE, reforçando o engajamento de professores e estudantes. “Nosso capital humano é o que sustenta os demais”, ressaltou. A presidenta da “Sem Fronteiras”, Isabela Pin, relatou sobre os trabalhos realizados e as conquistas da Empresa Júnior até o momento.

Seabra disse ficar empolgado vendo jovens já estudando empreendedorismo e imersos em um ambiente favorável. Ele se colocou à disposição para atuar como conselheiro à distância em situações pontuais quando INNE ou “Sem Fronteiras” precisarem.
Depois, o grupo se uniu a outros estudantes para uma rápida fala de Seabra. A plateia foi muito participativa, e Seabra respondeu a mais de dez perguntas.

Leia a entrevista com Seabra:

UFFS - Campus Chapecó: Você fez questão de visitar universidades. Por que você acha que é tão importante que trazer a cultura empreendedora para as universidades?

Fernando Seabra - Fiz questão de visitar as universidades. Gosto de estar muito próximo do universo acadêmico porque vejo que a academia não está tão perto dos problemas da sociedade quanto deveria. Então, eu que vivo o dia a dia dos problemas e das ferramentas e plataformas de solucionar as dores, gosto de trazer essa realidade para a academia e fico muito empolgado em ver os jovens empenhados e os cursos de empreendedorismo que na minha época não existiam. É legal ver como a cultura empreendedora já está sendo cada vez mais parte dos currículos acadêmicos e acho que se fizermos um trabalho de fazer o que vocês estão criando dentro da academia para o que está acontecendo fora da academia, o potencial desses estudantes, dos projetos, das ideias e das mentes criativas daqui será cada vez maior. Meu papel hoje, como player fundamental de integração do ecossistema empreendedor brasileiro é buscar na academia, iniciativas que tenham cada vez mais potencial no mundo real e aproximar esse mundo real do dia a dia da academia.

UFFS - Campus Chapecó: Muitas pessoas associam o empreendedorismo a determinados cursos ou áreas. Mas não é assim. Por que você acredita que independente da área, as pessoas precisam estar atentas ao empreendedorismo.

Fernando Seabra - Primeiro, acho que o conceito de mindset e ferramentas de empreendedorismo devem estar na academia em todos os cursos, uma vez que a vida desse profissional sempre vai ser uma vida empreendedora. No cotidiano de um médico, um biólogo, um professor, todos precisamos buscar as melhores iniciativas, têm que gerir a casa, a vida pessoal, a carreira, os pequenos negócios. Isso a gente desenvolve através do acesso a conteúdo empreendedor. Independe se esse empreendedor será fundador de uma grande empresa de tecnologia ou um dentista, a base, o DNA empreendedor tem que estar no dia a dia dele, porque vai formar um profissional sustentável, sadio e seguro em qualquer profissão.

UFFS - Campus Chapecó: Você que viaja e conhece muitos locais do Brasil. Como você enxerga a questão do empreendedorismo no nosso país?

Fernando Seabra - O brasileiro tem aquela noção de filho pobre. Mas a gente tem a segurança que estamos muito na frente de muitos países. O ano passado mandamos cinco startups para passar três meses no Vale do Silício para fazer um período de aceleração. O que vimos é que aprendemos muito lá fora também, mas não estamos atrás de ninguém. A quantidade numérica das nossas iniciativas e a qualidade do produto final é de nível mundial. Não à toa o Brasil acabou de produzir três empresas unicórnio, com valor estimado de mercado de U$ 1 bilhão – a 99Táxi, a Nubank e a PagoSeguro. Para quem vê o que está acontecendo no Brasil e fora do Brasil, posso falar que o Brasil é um celeiro de excepcionais oportunidades. Para mim, o Vale do Silício é aqui e agora. O melhor do Brasil é o brasileiro.

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