Estudantes da oitava e da quinta fase de Agronomia da UFFS – Campus Chapecó estão empenhados em atividades que unem teoria e prática. As ações não se restringem ao espaço do campus: eles vão até propriedades rurais, conversam com os produtores, pesquisam, aplicam o que estudaram em sala de aula e apresentam um resultado – inclusive aos próprios pesquisados.

No componente curricular de Extensão Rural, ministrado pela professora Juçara Schram, os estudantes da quinta fase farão um diagnóstico social, ambiental e econômico da comunidade São José, do município de Quilombo. Já no componente curricular Olericultura, da oitava fase, cuja professora é Vanessa Neumann, em grupos, os estudantes estão visitando propriedades no interior de Chapecó para realizarem um projeto técnico.

Conforme a professora Vanessa, o trabalho é feito em parceria com a Cooperativa Cooperfamiliar. A egressa da UFFS – Campus Chapecó e atual engenheira agrônoma da cooperativa, Adriana Bilini, fez o contato para a parceria. Nessa primeira experiência, quatro grupos vão a quatro propriedades para fazer um levantamento da produção de hortaliças e das dificuldades e problemas apresentadas.

Os estudantes coletaram solo para a análise – que será feita no laboratório da Epagri – e buscaram dados sobre a forma de produção, quais hortaliças são produzidas, as dificuldades com cada hortaliça e os gargalos que fazem cair o valor agregado dos produtos. Com os dados em mãos, eles farão um projeto técnico, que apontará possibilidades aos produtores.

“A ideia é seguir com esse trabalho ao longo dos anos, levando os estudantes um pouquinho para a realidade dos produtores de hortaliças daqui e também aproximar os produtores da Universidade. Eles ficam bem contentes de nos ver chegar lá e ter essa interação”, ressalta a professora.

As apresentações dos projetos técnicos serão em julho, na UFFS, com a presença dos produtores. Além da atuação na Graduação, segundo a professora, Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), ações de Extensão e Pesquisa iniciam a partir da parceria com a cooperativa.

Extensão Rural

Com a professora Juçara, os estudantes da quinta fase também terão um envolvimento grande com a comunidade. Dois estudantes, Siluan Milani e Douglas Barp, que são de Quilombo, ficaram responsáveis por fazer os contatos e apresentar a ideia, logo aprovada pelos moradores.

O questionário foi montado pela turma. As entrevistas – com perguntas semiestruturadas, que abrem possibilidades para as especificidades de cada propriedade – com os 40 produtores serão feitas no sábado (20) e, a partir de então, a turma fará a sistematização das respostas. Em 24 de junho, os estudantes voltam à comunidade para o encontro final, com a apresentação do diagnóstico.

Segundo a professora, a Nova Assistência técnica e Extensão Rural, pede que o profissional tenha suas especialidades, mas consiga enxergar o todo da propriedade. “As propriedades, principalmente as de agricultura familiar, têm muitas atividades, todas com sua importância. Uma com mais retorno financeiro, mas outra que dá subsídio. Então não tem como separar uma coisa da outra. Não adianta a propriedade estar bem economicamente se está com um problema de sucessão, então, todos os aspectos são importantes”, frisa ela.

Conforme Douglas, a recepção à ideia do trabalho foi ótima por parte dos produtores. “Eles se sentiram privilegiados em participar”, revela. Ele acredita que além de aprender bastante com a ação, também conseguirá contribuir, de alguma forma, com os produtores. “É um prazer enorme poder realizar esse trabalho em minha cidade”, finaliza.