Publicado em: 21 de março de 2022 13h03min / Atualizado em: 21 de março de 2022 17h03min
Estima-se que 11 mil haitianos morem em Chapecó. A renovação de passaportes e a emissão da carteira de identidade haitiana aos cidadãos daquele país acontecem, normalmente, somente a mais de 1,7 mil quilômetros, em Brasília.
Uma articulação entre a Universidade Federal da Fronteira Sul, a Prefeitura Municipal de Chapecó/Centro de Atendimento aos Imigrantes (CAI), a Polícia Federal e a Embaixada do Haiti possibilitou a vinda de uma comissão consular para a realização dos serviços de emissão e renovação dos documentos. As tratativas tiveram o apoio das associações de imigrantes de haitianos de Chapecó.
A abertura dos trabalhos aconteceu na manhã de segunda-feira (21), na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Chapecó. A previsão é de que aconteçam 2,1 mil atendimentos até 2 de abril. Todos foram previamente agendados para haitianos de mais de 30 municípios dos três estados da região Sul do Brasil.
Representando a Embaixada, Judin Merveus expressou seu agradecimento às instituições que possibilitaram o atendimento aos haitianos. O representante do Centro de Atendimento aos Imigrantes, Natan Oletto, disse que a iniciativa é muito importante e que espera que os atendimentos possam se repetir várias vezes.
Representando o Grupo de Apoio ao Imigrante e Refugiado do Oeste de SC (Gairosc), Rosane Pádova explicou que a renovação e a emissão de documentos é uma das grandes demandas dos imigrantes na região. “Sejam muito bem-vindos a Chapecó e retornem para mais atendimentos a imigrantes na região”, pontuou ela.
Em nome da UFFS, o Pró-Reitor de Graduação, Jeferson Saccol Ferreira, lembrou que a Universidade oferece o Prohaiti desde 2014 e o Pró-Imigrante, a partir de 2022, programas que trazem uma forma de acolhimento aos cidadãos de outros países, ofertando vagas a estudantes imigrantes em cursos de graduação. “É com muita satisfação que recebemos essa atividade de atendimento aos cidadãos haitianos, em comunhão com outras instituições, como parte do acolhimento que a UFFS já faz”.
No hall de entrada do bloco da Biblioteca, onde, no primeiro andar, acontecem os atendimentos, há a exposição de fotos do projeto “A casa é um mar cheio de portos”, da fotógrafa e jornalista Sirli Freitas. Ela mostra, nas fotos, 14 haitianos no Brasil, representando as profissões que exerciam em seu país de origem.
Kesner Decimice, há sete anos em Chapecó, foi o primeiro cidadão haitiano atendido pela Comissão Consular. Ele considera bastante importante a ação em Chapecó. Para ele, ficaria difícil ir até Brasília para renovar seu passaporte e a identidade estrangeira, devido à distância, ao tempo de viagem e aos gastos. “Agradecemos a organização das associações, da prefeitura e da UFFS para a realização dessa ação”, ressalta.
Ele mora com a esposa e um dos filhos em Chapecó, e diz estar bem na cidade. Projetista e mestre de obras, Kesner conta que inclusive já conseguiu abrir sua empresa de construção civil na cidade que escolheu para morar.
Embaixadora do Haiti
A embaixadora Rachel Coupaud também fará parte das atividades da Missão Consular do Haiti. Ela tem diversas agendas, a partir de 28 de março, com o Reitor, professor Marcelo Recktenvald, com o Pró-Reitor de Graduação, professor Jeferson Saccol Ferreira, e com a Diretora de Políticas de Graduação, Rosenei Cella.
No mesmo dia, está programada uma agenda da embaixadora com os estudantes haitianos da UFFS. Ainda no dia 28, o Restaurante Universitário está preparando um cardápio especial que trará elementos da culinária haitiana. No dia 29, ela recebe as associações de imigrantes.
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