Palestra na UFFS – Campus Chapecó marca encerramento de estágio pós-doutoral
Professora Andréa Weber (UFSM) ministrará a palestra

Publicado em: 20 de março de 2018 16h03min / Atualizado em: 20 de março de 2018 18h03min

A palestra "A língua dos jornais e do rádio: ideias linguísticas na Era Vargas" acontece na UFFS – Campus Chapecó na sexta-feira (23), às 20h, no Auditório do Bloco A. Com inscrições gratuitas e feitas na hora, a atividade integra o encerramento do estágio pós-doutoral da professora Andréa Weber (UFSM) – que ministrará a palestra – realizado sob a supervisão da professora Ângela Stübe, desde abril de 2017.

Conforme a professora Andréa, a pesquisa realizada ao longo do pós-doutorado envolveu a política de línguas para a imprensa escrita e para o rádio durante o governo de Getúlio Vargas (1930-1945). “A Era Vargas é conhecida por sua política nacionalista em diversas áreas e minha proposta de pesquisa envolveu conhecer ‘se’ e ‘de que modo’ ela afetou os meios de comunicação social da época. Até esse período da história brasileira, o país contava com diversas publicações jornalísticas em línguas estrangeiras, que deixaram de existir posteriormente. Além disso, nesse período histórico, nasceu e se difundiu, no Brasil, o rádio, o que me levou a questionar se também esse veículo de comunicação teria sido multilíngue em seus primórdios, à semelhança dos jornais e revistas”, comenta.

Assim, ela analisou discursivamente documentos históricos da época, como a legislação nacional, os anuários estatísticos brasileiros e publicações jornalísticas que debatiam o assunto da língua da imprensa e do rádio para tentar entender um pouco a trajetória das línguas nos periódicos impressos e no rádio do país.
“Entre as ideias linguísticas que circularam nesse período e que estão presentes nesses documentos destacam-se a concepção de que o rádio deveria ser um difusor da língua portuguesa culta e formal, bem como do sotaque da capital do país (Rio de Janeiro); a atribuição do direito à autoria na imprensa a brasileiros natos; a inscrição das línguas estrangeiras na imprensa no campo semântico da proibição”, ressalta ela.

Durante o período em que esteve na UFFS – Campus Chapecó a professora também participou de reuniões semanais com grupo de pesquisa, ofertou o curso de extensão “A política de línguas na Era Vargas: tempos de nacionalização” e participou da VII Semana de Letras e III Instituto de Estudos Linguísticos - entre as fronteiras de letras: literatura, linguística e ensino. “Foi uma experiência científica muito produtiva e que aproximou pesquisadores e instituições envolvidas”.

O evento é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL) e pelo “Fronteiras: Laboratório de Estudos do Discurso". Haverá certificação aos participantes.


Mais sobre a professora Andréa Weber

Professora adjunta do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), campus Frederico Westphalen. É graduada em Comunicação Social – Jornalismo e Letras – Português e Literaturas da Língua Portuguesa pela UFSM. Tem mestrado e doutorado em Letras/Linguística pela UFSM.