Publicado em: 31 de julho de 2024 11h07min / Atualizado em: 31 de julho de 2024 11h07min
Um assunto que ainda gera dúvidas, mas é fundamental para que a segurança da população e para que instituições que atuam com saúde não tenham perdas financeiras, foi tratado pela enfermeira Francieli Brusco da Silva, em sua dissertação no Mestrado Profissional da Udesc. Técnico-administrativa em Educação na área da Enfermagem há mais de dez anos, Francieli trouxe o “resultado” de sua pesquisa para os laboratórios da UFFS – Campus Chapecó, onde atua.
O trabalho “Vídeo e infográfico: tecnologias educacionais sobre a segregação de resíduos de serviços de saúde” trouxe mais do que um diagnóstico: gerou produções que contribuirão na mais adequada segregação dos resíduos nos laboratórios de saúde da UFFS.
“A questão dos resíduos de serviços de saúde gerados nesses espaços sempre foi uma questão que me incomodou, que me causou e me causa até hoje uma inquietação de querer buscar algum resultado, alguma mudança. Percebi, ao longo desses anos, que é algo muitas vezes é deixado de lado, por falta, talvez, de conhecimento ou de interesse mesmo desses usuários, até dos profissionais”, destaca ela. E o problema não é só nas universidades, como é o caso de onde ela atua: segundo Francieli, ele permeia todo o serviço de saúde, englobando hospitais, clínicas, unidades básicas de saúde.
A partir da constatação de que este é um problema que precisa ser enfrentado em todos esses ambientes de saúde, ela iniciou a pesquisa sobre a segregação de resíduos. “O descarte de um material contaminado em um resíduo comum gera o risco para a saúde e para o meio ambiente, mas, também, existe a questão do (descarte do) comum no infectante, ou em algum outro, no químico, ou no perfurocortante, que vai gerar um custo desnecessário”. Ela explica que resíduos infectantes, químicos e perfurocortantes têm destinações específicas, feitas por empresas especializadas, com custos mais altos.
Outro ponto importante levantado durante a pesquisa foi de que os usuários têm fragilidades com relação ao tema. “Tanto os artigos científicos, o referencial teórico feito para a pesquisa, quanto o diagnóstico realizado nos laboratórios com os usuários – professores, técnicos e alunos de graduação e pós-graduação aqui do Campus Chapecó da UFFS – a gente percebeu que esses dados se encontraram. Professores e técnicos, até pela experiência, apresentam menor fragilidade, mas ainda assim, há limitações”.
Ainda no diagnóstico, mais de 90% dos participantes disseram que existia interesse por mais informações a respeito nos laboratórios da área da saúde. Eles apontaram, inclusive, que as tecnologias educacionais mais interessantes seriam vídeos e infográficos. Nesse sentido, a enfermeira partiu para a produção.
Com base na legislação vigente sobre o tratamento e destinação de resíduos, ela produziu três vídeos: um introdutório, sobre a classificação e os problemas do manejo inadequado; o segundo sobre os resíduos do grupo A (infectantes), com imagens reais dos laboratórios da UFFS; e o terceiro, sobre os demais grupos, B, C, D e E. Ao todo, a duração chegou a 30 minutos e todos têm a tradução em Libras.
O infográfico foi desenvolvido para uma consulta mais rápida, e por isso, está fixado próximo às lixeiras de descarte. Ele traz um breve resumo do que se trata cada grupo, exemplos de resíduos que são daquele grupo e, por fim, o local adequado de descarte, qual a cor do saco, a embalagem na qual os resíduos devem ser descartados.
“Esse material foi revisado, foi avaliado por especialistas. Tivemos a participação de 30 especialistas, tanto no tema gerenciamento de resíduos e serviços de saúde, como na área específica de design, comunicação social e educação”, ressalta ela. A partir das sugestões de especialistas, alterações foram realizadas para que o material ficasse mais adequado para facilitar a educação a respeito do tema.
Toda a produção foi feita sem recursos financeiros externos, e a produção foi realizada pelo Programa de Ampliação e Consolidação de Tecnologias e Inovação no Contexto Educacional (Practice) da UFFS. Além de quem atua em laboratórios, todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde e querem entender mais sobre o tema, podem consultar o infográfico e assistir aos vídeos.
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