Publicado em: 15 de maio de 2017 16h05min / Atualizado em: 15 de maio de 2017 16h05min
Viver e envelhecer bem, valorizar a vida, saber de sua finitude e ter na espiritualidade um suporte emocional. É nessa abordagem que a professora da UFFS – Campus Chapecó, Leoni Terezinha Zenevicz, atua e pesquisa desde o final da década de 1990. E também é sobre esses assuntos que ela vai ministrar palestras no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, e fecha os últimos detalhes para iniciar projetos em outros espaços, como o setor de Oncologia do Hospital Regional do Oeste (HRO).
Conforme a professora, a espiritualidade é intrínseca ao ser humano e pode ser vivenciada por uma religião ou não. Ela pode ser um suporte emocional na medida que torna as pessoas mais resistentes para enfrentar determinadas situações – como as de sofrimento, dor e perdas. “É uma ferramenta que se pode trabalhar visando a sensibilização e o despertar para a empatia ao outro em todas as circunstâncias”, ressalta.
A professora destaca que embora seja um processo natural contínuo, o envelhecimento é percebido pelas pessoas de acordo com características individuais – como a vivência material e espiritual – e da sociedade onde estão inseridas – como a cultura e os valores. “Sendo assim, envelhecimento bem-sucedido não é privilégio ou sorte, mas um objetivo a ser alcançado ao longo da vida, a medida com que cada um lida com as mudanças que acompanham o envelhecer”, frisa a professora no artigo “A religiosidade no processo de viver envelhecendo”, que escreveu com a também professora da UFFS – Campus Chapecó, Valéria Madureira, e com o professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Yukio Moriguchi.
Ela lembra que diante de crises que a humanidade vive – como a sobreposição do “ter” em detrimento do “ser”, o desrespeito à vida, à diversidade humana e ao próprio planeta Terra, além da desestruturação das famílias e do uso da tecnologia na tentativa de suprir um vazio existencial – e de doenças graves ou mesmo a finitude da vida, a espiritualidade é um lastro de segurança. “As pessoas com espiritualidade mais despertada aderem melhor aos tratamentos, são mais empáticas, solidárias, amorosas e têm grande vontade de servir ao outro”, .
Com profissionais de saúde - que será o caso das palestras no Hospital das Forças Armadas – a fala da professora vai no sentido de despertar e fortalecer o aspecto humano dos profissionais, “que é a espiritualidade das pessoas”, afirma ela. Segundo Leoni, os profissionais de saúde, por conviverem cotidianamente com a dor humana, acabam se preservando. “O profissional coloca toda tecnologia a favor do paciente, mas se afasta. Quando você se aproxima do outro e cria uma relação de solidariedade com a dor dele, você também sofre. Mas se tiver uma espiritualidade desenvolvida, você fará tudo por aquela pessoa e, quando de fato a pessoa partir, você vai vivenciar o luto sem sentir que fracassou”, explica.
As palestras ocorrem na quarta-feira (17) e quinta-feira (18), e terão como tema “Boas Práticas de Enfermagem, Mecanização X Humanização diante da Finitude da Vida” e “Espiritualidade na busca pela Humanização na Assistência de Enfermagem”. Outra ação da professora será, dentro de um projeto maior que vem sendo estruturado na UFFS – Campus Chapecó, atuar na penitenciária. A ideia será abordar a espiritualidade com as pessoas privadas da liberdade, no sentido da busca pela valoração da vida.
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