Programa de Pesquisa e Extensão vai atuar no Complexo Penitenciário de Chapecó
Docentes e técnicos-administrativos do Campus participarão dos projetos

Publicado em: 19 de dezembro de 2017 10h12min / Atualizado em: 19 de dezembro de 2017 13h12min

Trabalhar diretamente com as pessoas privadas de liberdade e dar apoio aos profissionais que trabalham no complexo prisional. Esse é o principal objetivo do Programa com foco em ações educacionais e de saúde no Complexo Penitenciário de Chapecó que será realizado por docentes e técnicos-administrativos da UFFS – Campus Chapecó.

O grupo de trabalho responsável pelo desenvolvimento dese programa iniciou suas atividades em junho de 2017, após uma reunião com o Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Chapecó, Gustavo Emelau Marchiori, com o reitor da UFFS, Jaime Giolo, e com a diretora do Campus Chapecó, Lísia Regina Ferreira, na qual os responsáveis pelo sistema prisional solicitaram uma demanda de projetos de Pesquisa e Extensão por parte do corpo docente da Universidade com a população encarcerada.
Coordenado pela professora do curso de Medicina, Joanna d'Arc Lyra Batista, o Programa até o momento possui projetos de Pesquisa e Extensão na área da Saúde, de Letras e Agronomia. “Diante das necessidades postas, pesquisadores proponentes destes estudos juntaram esforços para elaborar projetos de Pesquisa e Extensão que auxiliem na demanda e tragam respostas, bem como ações permanentes na melhoria do sistema prisional do município de Chapecó”, explicou Joanna.
As pesquisas vão investigar a ocorrência e fatores associados às doenças transmissíveis e avaliar suplementação de vitamina D em pessoas vivendo com HIV dentro do complexo prisional. Já os projetos de Extensão vão trabalhar diretamente com as pessoas privadas de liberdade e também dar apoio aos profissionais que trabalham no complexo prisional em áreas como espiritualidade, imunizações, remissão da pena através da leitura e atividades agrícolas.
Para dar encaminhamentos e fazer uma apresentação formal dos projetos, foi realizada uma reunião no Campus Chapecó com a presença do juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Chapecó, Gustavo Emelau Marchiori; o defensor público, Everton Beltrão de Matos; o diretor do Complexo Penitenciário de Chapecó, Felipe Carlos Filipiacki; a diretora do Campus Chapecó, Lísia Regina Ferreira; a representante da Gerência de Saúde, Educação e Promoção Social, Rubieli Silvani Badalotti; o representante da Gerência de Execução Penal, Matheus Rodrigo da Cruz, e o representante da Pastoral Carcerária e Conselheiro Comunitário, Adir Rodrigues. Além de professores e técnicos-administrativos do Campus.

O juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Chapecó, Gustavo Emelau Marchiori, avaliou como um marco para Chapecó a parceria estabelecida com a UFFS – Campus Chapecó. “Estou em Chapecó há cinco anos e meio e desde que cheguei aqui tenho tentado com universidades estreitar essa relação entre o sistema prisional. A gente percebeu que havia uma resistência muito grande, por desconhecimento, por ignorarem o que acontece lá dentro. E quando conversamos com o reitor da UFFS e a diretora do Campus, eles prontamente nos atenderam. Hoje estamos praticamente consolidando isso, com projetos que são fantásticos e que são um pontapé inicial, mas voltados exatamente para aquilo que nós precisamos: educação, preocupação com saúde, entre outros, para perceber que nós temos condições de recuperar essas pessoas que estão no sistema prisional. Será um marco para Chapecó”, ressaltou.
A diretora do Campus Chapecó, Lísia Regina Ferreira, frisou a importância do programa e que novos projetos podem ser incluidos. “Para nós, é muito importante a participação da UFFS, por meio de projetos de Extensão e Pesquisa, com relevância social e científica, no sentido de contribuir com o desenvolvimento humano dos sujeitos privados de liberdade. E a parceria será ampliada na medida em que outras demandas forem sendo identificadas e a Universidade tiver as condições necessárias para o pleno atendimento”, ressaltou.
Segundo Joanna, alguns projetos já estão em andamento, outros estão em trâmites burocráticos como Comitê de Ética, aguardando o início para o primeiro semestre de 2018. “Além da execução dos projetos apresentados, pretendemos convidar mais docentes e técnicos com outras propostas, principalmente com foco nas novas demandas trazidas durante a reunião. Alguns servidores já estão sendo contatados para trabalhar em conjunto com o GT em 2018”, concluiu.

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