Começam no Campus Erechim atividades alusivas ao Mês da Consciência Negra
Oficina, apresentações musicais e mesa-redonda compõem a programação

Publicado em: 21 de novembro de 2019 17h11min / Atualizado em: 21 de novembro de 2019 17h11min

A UFFS está realizando atividades alusivas ao Mês da Consciência Negra. No Campus Erechim, a Instituição realizou, na tarde desta quinta-feira (21), uma oficina de boneca Abayomi. No dia 25, apresentações musicais e uma mesa-redonda também poderão ser acompanhadas pela comunidade universitária.

A oficina foi ministrada pela professora Solange Todero Von Onçay com auxílio da acadêmica Fernanda Safira Nascimento, do curso de Licenciatura em Ciências Sociais.

Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros (navios de pequeno porte que realizavam o transporte de escravos entre África e Brasil), as mães africanas rasgavam retalhos de suas vestes e, a partir deles, criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa “encontro precioso” na língua Iorubá.

Oficina sobre boneca Abayomi ocorreu na tarde desta quinta-feira (21)

Para a professora Solange, a ideia de desenvolver uma oficina sobre a boneca Abayomi, símbolo da consciência negra, vem para reafirmar a importância do reconhecimento ao movimento negro e à formação sociocultural do Brasil. “Este reconhecimento às populações afro, o Brasil precisa percorrer no sentido da igualdade, da humanização e de relações mais inclusivas. E a Abayomi surge no movimento negro como um amuleto de proteção”, conta.

Membro da equipe que está organizando a programação, a acadêmica Fernanda é natural do Rio de Janeiro. “Acho bem importante esta iniciativa. Quando cheguei aqui em Erechim senti falta de atividades voltadas para a negritude. É muito importante para que todos pensemos sobre racismo e genocídio e, também, para explorarmos a cultura negra”, diz a estudante.

Programação no dia 25 de novembro

Apresentações musicais com Duglas Bessa e Teresa Ferlauto (Pelotas-RS), no Restaurante Universitário (RU) às 12h e no Saguão do Bloco A às 18h.

Mesa-redonda: “Negritude presente! Não somos apenas objeto de pesquisa, somos pesquisadores”, no Auditório do Bloco A, às 19h30.
Os acadêmicos abaixo abordarão as suas pesquisas:
Fátima Aparecida mendes – Ciências Sociais: “Por que o negro é igual a escravo?”
Adriano Bortolassi – História: “A mudança na utilização e representação do corpo negro da imprensa imperial após a abolição.”
Keicy Salustiano – História: “Narrativas biográficas sobre o abolicionista Joaquim Nabuco: um sujeito excepcional e à frente do seu tempo?”.
Jenifer Riste – História: “Memória coletiva e a barbárie da escravidão no Brasil: caminhos para a redenção de um genocídio”.