Instituições debatem restrições orçamentárias em seminário no Campus Erechim
Evento promovido pela Assembleia Legislativa faz parte de movimento em prol das universidades federais

Publicado em: 25 de setembro de 2017 13h09min / Atualizado em: 26 de setembro de 2017 08h09min

Professores, alunos, representantes de entidades e dirigentes de diversas instituições de ensino reuniram-se, na sexta-feira (22), em um seminário regional realizado na UFFS – Campus Erechim. O evento, promovido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), teve por objetivo debater a situação orçamentária da educação pública, principalmente das Universidades e Institutos Federais. Vereadores, deputados e outras autoridades também estiveram presentes.

O seminário, intitulado “A Educação no Desenvolvimento Regional”, é uma ação do Fórum Democrático da ALRS, que vem promovendo ações semelhantes em diversos pontos do estado. Em Erechim, além de dirigentes da UFFS, participaram também os representantes das unidades locais do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).

A mesa de honra foi presidida pelo deputado Edegar Pretto, presidente da ALRS. O reitor da UFFS, Jaime Giolo, proferiu a palestra, ministrada após o diretor do Campus Erechim, Anderson Ribeiro, dar as boas-vindas ao público presente.

Ribeiro ratificou que a UFFS – Campus Erechim está inserida no mesmo contexto de todas as demais unidades das instituições públicas de ensino superior, sofrendo cortes significativos em seus orçamentos que colocam em risco toda uma estrutura pensada para potencializar o desenvolvimento regional através da educação. “Estamos aqui reafirmando a educação como um vetor de desenvolvimento regional, social, econômico, e destacando toda a importância dos efeitos que a inserção de instituições de ensino acarretam para as regiões. Não é uma pauta específica da UFFS – Campus Erechim, mas, sim, de todas as instituições federais”, apontou.

Segundo o reitor da UFFS, Jaime Giolo, as Universidades Federais têm diálogos regulares com os parlamentares – sejam eles das bancadas federais, sejam das bancadas dos estados. “Nós sempre fizemos movimentos em conjunto ou, então, por estado. Temos uma organização regionalizada dos reitores do Brasil. Quando operamos nos três estados, fazemos movimentos especialmente em Brasília”, destacou, salientando o fato de a UFFS estar inserida no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná.

“No Rio Grande do Sul, o que motivou esta ação específica, que culminou com a criação de uma frente gaúcha em defesa da educação superior pública, foram manifestações feitas especialmente por duas instituições: a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que mostraram os limites para o custeio deste ano. Também é necessário dar crédito à movimentação que os Institutos Federais presentes no Rio Grande do Sul fizeram, com uma articulação importante envolvendo movimentos, discussões também regionalizadas, o que motivou parlamentares da ALRS a produzir este movimento de integração”, falou o reitor.

“Há um futuro pela frente que é mais ou menos sombrio em relação ao financiamento, pautado pela Emenda Constitucional nº 95 e também por um conjunto de opções”, disse Giolo, referindo-se à limitação dos investimentos federais em educação. “Também há artigos sendo publicados na imprensa dizendo que o Brasil já está gastando demais com educação, que não precisamos tanto, e assim por diante. Se essas teses forem vencedoras, vamos experimentar um processo de sufocamento das iniciativas das universidades”.

Para Giolo, eventos como o seminário promovido pela ALRS são momentos importantes para que a sociedade possa refazer seu compromisso com a educação, perseguindo o desenvolvimento nacional, regional e em todas as outras dimensões. “Estão pipocando diversas iniciativas desse tipo no Brasil, mas esses movimentos não criam corpo de uma hora para outra. Existe uma série de frentes parlamentares sendo criadas em todo o país, com o envolvimento de prefeituras, câmaras de vereadores e entidades diversas. Essa bolha de discussões de impacto é produzida por movimentos inicialmente isolados. A imprensa está repercutindo isso e as organizações da sociedade civil vão fazendo com que ele se torne um tema importante. Acredito que está ganhando espaço”, finalizou o reitor.