Campus Laranjeiras do Sul promove jornada sobre a Associação Internacional dos Trabalhadores

Publicado em: 30 de abril de 2014 08h04min / Atualizado em: 19 de janeiro de 2017 09h01min

Na última terça-feira (29), foi dado início à “Jornada de Rememorização dos 150 anos da Primeira Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT)”. O evento é uma iniciativa do curso Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Laranjeiras do Sul. Este primeiro encontro serviu para organizar grupos de estudos e montar um cronograma das futuras reuniões. Em setembro deste ano haverá o encerramento da jornada, com mesas de discussões e apresentação dos trabalhos e relatos do que foi discutido pelos grupos de estudos.

O professor Luiz Carlos de Freitas, um dos coordenadores da Jornada, explica que nos grupos serão discutidos temas como a organização do trabalhador hoje, movimentos populares e sindicais que estão na organização do trabalhador e como está se organizando o movimento dos trabalhadores no Brasil e no mundo. Para ele, esta é uma temática muito atual. “Todo dia você liga a televisão e vê passeatas, greves, manifestações, violência contra as manifestações. A avaliação que a gente faz é que sem uma organização dos trabalhadores que tenha uma linha definida, um horizonte a seguir, elas vão ocorrer indefinidamente, sem muito êxito”, opina o docente.

Freitas reconhece a importância das manifestações, como as jornadas de junho, no ano passado, que levaram milhares de pessoas às ruas, e aponta o papel da universidade nesse contexto. “Precisamos criar uma base mais sólida, através da educação popular, da formação de lideranças, que possam colocar suas pautas, quais são de fato suas reivindicações. Claro que o papel da universidade não é organizar o trabalhador, porque isso cada categoria é que tem que fazer, mas nosso papel é fornecer e debater o conhecimento científico que pode ser o suporte teórico para que as lideranças comunitárias possam fazer o seu trabalho”, aponta o docente.

A participação nos grupos de estudos é aberta à comunidade interna e externa, e poderão ingressar novos participantes a qualquer momento durante o período da Jornada.

A professora da rede pública, Cybelle de Santana Alves, 37, é uma das participantes. As músicas que ouvia na infância, de Chico Buarque, Caetano Veloso e Geraldo Vandré, influenciaram em sua escolha pelo curso de Letras e pela docência como profissão. Um dia achou que podia mudar o mundo. “Daí eu vi que não é tão possível, mas também não tão impossível assim. A gente pode, como professor, mudar a realidade de algumas crianças. Estou aqui porque quero me preparar. Acho que esse é um provável tema de dissertações para os vestibulares e eu quero estar preparada para dar aulas”, conta Cybelle.

A Jornada tem chamado a atenção também de quem quer conhecer o mundo acadêmico pensando em, no futuro, fazer um curso superior. É o caso da auxiliar de serviços gerais, Carmélia Cândida de Oliveira, 61. “Eu acho que é uma aula que eu vou ter para o meu entendimento, porque eu pretendo fazer alguma coisa a mais depois desse curso, como uma faculdade”, conta Carmélia. Sua colega de trabalho, que também está participando da Jornada, Teresinha Trindade Viana, 42, segue os mesmos objetivos. “Eu não posso pensar que, apesar de já ter 42 anos, tenho certas limitações para o estudo. Também quero ter mais conhecimento e quero investir em uma faculdade”, diz Teresinha.

Jornada

Participam do projeto os professores Luiz Carlos de Freitas, Ana Cristina Hammel, Andrea Francine Batista e Elemar do Nascimento Cezimbra. Cada grupo de estudos será coordenado por um desses professores.

A carga horária total é de 60 horas: 40h em grupos de estudos e 20h no evento de encerramento, que será nos dias 25 a 27 de setembro). Haverá certificado para quem tiver 75% de presença. Informações e inscrições podem ser feitas pelo e-mail jornadatrabalhadores@outlook.com.

Tanto os grupos de estudos quanto o evento final é aberto a todas as pessoas da UFFS e da sociedade em geral que tenham interesse em estudar a temática. Também a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Dois Vizinhos e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) de Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo realizarão o mesmo estudo e participarão no evento final com suas delegações.