Egressa da UFFS inicia carreira profissional em Portugal, Espanha e Marrocos
Engenheira Agrônoma, Pricila Moritz, trabalha com a produção de berries

Publicado em: 09 de julho de 2019 18h07min / Atualizado em: 10 de julho de 2019 10h07min

O sonho de iniciar a carreira profissional em outro país foi conquistado pela egressa da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Laranjeiras do Sul Pricila Moritz. A engenheira agrônoma foi contratada, em novembro de 2018, pela empresa Fruberia, e está atuando profissionalmente em Portugal, Espanha e Marrocos. Acompanhe a matéria e conheça mais sobre essa história de sucesso e determinação, que é motivo de orgulho para a Instituição.

Graduada em Agronomia desde setembro de 2018, Pricila comentou sobre sua trajetória acadêmica: “quando ingressei no Curso de Agronomia eu não tinha certeza se era exatamente isso que eu queria, então procurei participar de vários projetos para identificar aquilo que eu gostava, desde estudo marxista até áreas específicas da Agronomia. Optei passar por várias áreas para conhecer um pouco de tudo e, quando cheguei na fruticultura, me apaixonei pela área”.

Pricila relatou sua determinação para realização do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): “quando chegou a época de desenvolver o TCC eu queria trabalhar com uma variedade específica de morangos, a pircinque, que estava sendo testada em várias regiões do Brasil. Tivemos dificuldades para conseguir a variedade e o espaço para implantação do experimento, mas a persistência foi nossa aliada. Conseguimos o material [mudas] com o professor Antonio Fagherazzi, orientador do professor Leo Rufato, que estava trabalhando com essa variedade no Doutorado na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Além de fornecer a pircinque, ele disponibilizou outras seis variedades, e desenvolvi meu TCC com todas elas”.

A docente Cláudia Lima, que orientou Pricila na realização do TCC, comenta que a egressa “foi uma estudante muito dedicada. Ela realmente sabia que queria trabalhar com fruticultura e pediu orientação sobre o que fazer para construir um currículo e uma formação que contribuíssem para sua carreira na área, participou de projetos, eventos e estudos nessa área e hoje vejo que está colhendo frutos desse trabalho e de sua dedicação”.

Sabendo que queria trabalhar com a fruticultura e mais precisamente com pequenos frutos, Pricila comenta que buscou realizar o estágio curricular na mesma área e para isso mudou-se para Minas Gerais, onde atuou na produção de amora, framboesa e morango branco. A egressa conta: “quando concluí o estágio recebi proposta para voltar a trabalhar na empresa assim que colasse grau. Após a conclusão do curso, o dono da empresa pediu para aguardar mais alguns meses. Com receio da contratação ser adiada novamente, e como eu precisava trabalhar, comecei a pesquisar outras oportunidades”.

“Posteriormente, meu ex-supervisor de estágio comentou que uma empresa de Portugal estava procurando um profissional, mais ou menos com meu perfil, recém-formado, que tivesse trabalhado com essas culturas e com disponibilidade para trabalhar em outro país. Encaminhei meu currículo, passei pelas entrevistas e fui selecionada. Isso tudo ocorreu entre os meses de setembro e novembro e no final de novembro eu já estava trabalhando em Portugal”, relata.

A egressa trabalha atualmente na Fruberia, empresa que atua na produção de berries (framboesa, morango, amora e mirtilo) e faz parte do grupo Bella Fresh, que tem sede na Inglaterra e unidades de produção e comercialização em Portugal, Espanha e Marrocos. “O trabalho que desenvolvo lá é muito parecido com o que realizei no estágio, que é a avaliação de novas cultivares em diferentes regiões. Tenho contato com todas as berries, mas tenho trabalhado mais com a produção de framboesa”.

Apesar de ter encontrado dificuldades de adaptação, Pricila comenta que a experiência está sendo positiva. “No começo sofri com a adaptação, pois foi uma ruptura com aquilo que eu estava acostumada. Até mesmo em relação ao trabalho, mesmo tendo conceitos gerais agronômicos, que são iguais tanto aqui como em outros lugares, têm coisas específicas de cada lugar, até conseguir compreender as especificidades de Portugal, Espanha e Marrocos eu tive dificuldades, mas agora já estou um pouco mais à vontade, mas, ainda assim, tenho muito para aprender”.

Pricila salienta que “é uma experiência única, um divisor de águas na minha vida, tanto profissionalmente como enquanto pessoa. Hoje tenho uma visão totalmente diferente da minha vida profissional, é uma experiência muito enriquecedora”.

Para os estudantes que também desejam seguir uma carreira profissional em outro país, Pricila recomenda: “precisa batalhar muito por aquilo que você quer, identificar o que você realmente ama enquanto profissional. Se eu não amasse a fruticultura e não tivesse certeza que queria trabalhar com isso, talvez eu não teria suportado a pressão que sofri no início. Precisa, em primeiro lugar, se encontrar enquanto profissional, identificar seus sonhos e aquilo que almeja para sua vida profissional. Depois disso, precisa traçar uma meta, definir o que você vai fazer para conseguir atingir aquele objetivo e, é claro, se preparar da melhor forma possível, pois você nunca sabe quando uma oportunidade vai bater a sua porta. Não pode ter medo de arriscar em algo novo ou inusitado ou de sair da área de conforto”.

Sobre o retorno ao Brasil, Pricila comentou que veio por um motivo especial. A pedido da empresa, a egressa veio selecionar dois agrônomos para trabalhar em Portugal, a partir de agosto. Aproveitando a vinda de Pricila, o Grupo de Estudos em Horticultura convidou a egressa para palestrar sobre o cultivo de pequenas frutas em Portugal. Ela abordou aspectos relacionados às etapas do manejo da cultura da framboesa.

A profissional salienta: “acredito que a principal mensagem de eu estar aqui é mostrar que os acadêmicos da UFFS estão recebendo formação de alta qualidade e que estão no mesmo nível daqueles formados em outras universidades já centenárias. Também quero mostrar para os acadêmicos que se isso aconteceu comigo pode acontecer com outros estudantes também, basta dedicação e empenho. Além disso, quero dizer que é muito gratificante levar o nome da UFFS para outros países”.

Pricila finaliza dizendo: “assim como me sinto realizada profissionalmente, com minha vida e com a prospecção de carreira dentro do grupo, espero que as pessoas que vão agora comigo também se encontrem profissionalmente e, da mesma forma que eu venho aqui contar minha experiência, espero que eles também possam retornar com uma experiência igual ou superior a minha”.

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