Neurociência e educação são temas de palestra de abertura da Semana do Diversa em Realeza
Neurocientista Fernando Mazzilli Louzada (UFPR) foi convidado para falar sobre o tema

Publicado em: 24 de outubro de 2017 14h10min / Atualizado em: 24 de outubro de 2017 13h10min

Nesta segunda-feira (23), foi iniciada a VII Semana do Diversa na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza. A abertura oficial do evento, que integra ainda o II Encontro Acadêmico das Licenciaturas (EALIC), foi realizada na Casa da Cultura com a palestra sobre neurociência e educação, ministrada pelo professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fernando Mazzilli Louzada. Cerca de 150 pessoas participaram da abertura.

O neurocientista Fernando Mazzilli Louzada abordou diferentes estudos associando os ciclos de sono em crianças e adolescentes com desempenho escolar, um dos principais objetivos de investigação do Laboratório de Cronobiologia da UFPR, do qual é coordenador. "Antigamente, pensávamos na importância do sono antes de realizar uma tarefa, ou seja, preciso dormir bem para não ficar sonolento e ter um bom desempenho. No entanto, sabemos hoje como o sono é importante depois de realizar uma tarefa, precisamos dormir para consolidarmos o que aprendemos", enfatizou.

Sobre a consolidação da aprendizagem, Louzada destacou que o sono é responsável por reativar o que foi aprendido. "Em cada experiência que vivemos ativamos um grupo de neurônios. Depois de ativar repetidamente esse grupo, as conexões entre eles ficam mais fortes e, desse modo, reforçamos essa conexão. Isso significa que aprendemos. O sono serve para reativar nossas redes neurais e, assim, consolidar a aprendizagem", explicou.

Indagado sobre o uso excessivo de equipamentos eletrônicos, como tablets, celulares e computadores na infância, Louzada respondeu que mudanças comportamentais são mais observadas. "Ainda não sabemos ao certo o que o uso excessivo da tecnologia faz com o cérebro, porém está muito associado, por exemplo, ao aumento da impulsividade ou a capacidade de manutenção de atenção da criança. Sabemos que crianças que passam um número excessivo de horas diante da televisão ou outras telas têm mais dificuldade de manter a atenção", explicou.