Projeto de pesquisa do Campus Realeza avalia saúde do rebanho leiteiro na região Sudoeste
As atividades iniciaram no mês de abril na cidade de Planalto, sendo atendidas, até o momento, 32 pequenas propriedades.

Publicado em: 15 de agosto de 2017 13h08min / Atualizado em: 15 de agosto de 2017 13h08min

Para avaliar a saúde do rebanho leiteiro das propriedades da Agricultura Familiar, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza está desenvolvendo um projeto de pesquisa para diagnosticar algumas doenças parasitárias que representam risco à saúde bovina e, consequentemente, causam prejuízos à produção e à qualidade do leite. Os produtores recebem ainda orientações sobre o manejo dos animais para que as doenças sejam evitadas ou sobre como realizar o tratamento adequado.

As atividades iniciaram no mês de abril na cidade de Planalto, sendo atendidas, até o momento, 32 pequenas propriedades. Entre as avaliadas recentemente, estão as dos produtores Flávio Schabo e Oscar Hibiner. Foram coletados sangue e fezes de 20 vacas leiteiras para detectar a presença de verminoses, tristeza parasitária, toxoplasmose e neosporose, doenças que trazem impacto econômico relacionado à redução da produção de leite, ao aborto de ruminantes, às falhas reprodutivas e à mortalidade dos animais, além de sua importância na Saúde Pública.

De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Fagner Luiz da Costa Freitas, já foram realizados, aproximadamente, 600 exames parasitológicos de fezes e 1200 exames de sangue. "A maioria das pequenas propriedades não possuíam assistência técnica qualificada para diagnosticar a presença de importantes enfermidades no rebanho leiteiro. Em média, os criadores possuem 10 vacas em lactação e 5 bezerros. Neste caso, se o criador fosse pagar pelo trabalho realizado sairia em torno de R$ 1500,00 por propriedade, porém a atividade é totalmente gratuita para o criador", explica.

O projeto de pesquisa conta com a parceria da Prefeitura de Planalto, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura. Responsáveis técnicos agendam as visitas com os pequenos produtores e, ainda, são fornecidos veículos e materiais de consumo para o desenvolvimento das atividades tanto no campo, como para a análise laboratorial.

De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Darci Francisco dos Santos, a parceria é importante, pois o grande desafio é a sanidade animal. "Observamos nas palestras realizadas o desconhecimento de boa parte dos produtores. Muitas vezes, eles compram medicamentos errados para tratar as doenças, mas a causa pode ser outra, o que aumenta o custo de produção. O projeto viabiliza os exames, assim é possível encontrar a verdadeira causa do problema. Com isso, temos uma redução do custo de produção com o uso de medicamentos adequados, o que traz mais qualidade ao leite produzido e que será servido na mesa do consumidor", salienta.

Para os produtores, a contribuição do projeto é bem-vinda, já que é por meio da parceria entre o Grupo de Pesquisa em Saúde Única da UFFS e Prefeitura que são viabilizadas as orientações técnicas e o diagnóstico laboratorial gratuito. "É bom podermos fazer os exames do rebanho, pois assim podemos tirar dúvidas sobre como está a saúde dos animais", comenta Flávio Schabo. A expectativa dos produtores é que os animais estejam bem de saúde. "Acho que vai estar tudo bem, mas, caso não esteja, vamos poder tratar as doenças e vamos receber mais explicações", diz Neuza Hibiner, esposa do seu Oscar.

Neste segundo semestre, pequenas propriedades de Capanema também começam a ser atendidas pelo projeto, que também conta com o apoio do governo municipal. "A meta, em Capanema, é atender 30 propriedades até o final de 2017. Por dia, em Planalto, atendemos em média entre 4 e 6 propriedades, dependendo das condições climáticas e da disponibilidade dos acadêmicos de Medicina Veterinária para auxiliar na coleta do material biológico. Hoje, 20 acadêmicos participam do projeto", detalha o professor Freitas.