UFFS participa de estudo sobre obesidade e sobrepeso nas escolas municipais de Realeza
O sobrepeso e a obesidade afetam mais de 30% das crianças realezenses, por isso a importância da conscientização das famílias.

Publicado em: 29 de maio de 2019 16h05min / Atualizado em: 29 de maio de 2019 18h05min

Preocupadas com a questão do sobrepeso e da obesidade nas escolas municipais de Realeza, a Prefeitura e a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza buscaram alertar a comunidade escolar sobre as consequências desse diagnóstico na vida das crianças. Também foram apresentados resultados de pesquisas que apontam uma situação preocupante: o sobrepeso e a obesidade afetam mais de 30% das crianças realezenses, por isso a importância da conscientização das famílias.

O diagnóstico nutricional nas instituições de ensino municipais de Realeza é feito em parceria com acadêmicos e professores do curso de Nutrição da UFFS, durante os estágios obrigatórios do curso; além disso, são realizados projetos de extensão voltados à educação alimentar nas escolas. São avaliadas as crianças que estão matriculadas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), Escolas Parciais, Integrais e do Campo. Cada indivíduo é avaliado com base na idade, peso e altura, verificando-se o Índice de Massa Corporal (IMC), uma medida universal de classificação de obesidade utilizada em estudos que envolvem grandes populações.

Os resultados de 2018 das avaliações com os alunos mostraram que, dos 1.272 alunos das Escolas Parciais, Integrais e do Campo, 33% deles apresentaram sobrepeso e obesidade. Se comparado com o ano de 2017, é possível perceber o aumento do quadro, já que, 31% das crianças avaliadas naquele ano apresentaram sobrepeso e obesidade. Nos CMEIs, o diagnóstico foi mais positivo:   16% dos 472 alunos avaliados em 2018 apresentam sobrepeso e obesidade. “É importante conhecer a realidade para traçar estratégias com familiares,  professores, crianças, enfim, com toda comunidade escolar para que se possa minimizar essa situação”, destacou a professora da UFFS Amélia Dreyer Machado, que coordena o Programa de Extensão em Segurança Alimentar e Nutricional (Nutrisan).

Diretor do Campus Realeza, professor Antônio Marcos Myskiw, na abertura do evento na Casa da Cultura (Ariel Tavares/UFFS)

As Secretarias Municipais de Saúde e Educação, Cultura e Esporte de Realeza buscaram discutir a situação com alunos, pais e professores nesta semana. Entre esta segunda (27) e quarta-feira (29), foram propostos debates na Casa da Cultura, porém houve baixa adesão. “As refeições servidas nas escolas de Realeza são de boa qualidade, pois temos uma equipe e um gestor empenhados nessa questão. Mas, mesmo assim, percebemos que as crianças devem se alimentar melhor e a ausência dos pais para discutir isso é preocupante, mas não vamos desistir e iremos organizar outras estratégias para engajar a comunidade nessa questão”, avaliou a Secretária Municipal de Educação, Cultura e Esporte, Geraldina Gamla Bedin.

Além dos problemas de saúde e desenvolvimento infantil, o sobrepeso e a obesidade podem afetar de outra forma a vida da criança, conforme explica a professora Amélia: “o aluno pode ter dificuldades em participar de atividades, como jogos e brincadeiras, devido ao cansaço físico; também pode virar motivo de chacota, se afastando dos grupos e isso causa outro tipo de problema bastante comum nas escolas, o bullying. Tudo isso pode desencadear problemas psicológicos para esse aluno”, enfatizou.

Secretária Municipal de Educação, Cultura e Esporte, Geraldina Gamla Bedin, falou sobre traçar estratégias de conscientização da comunidade escolar (Ariel Tavares/UFFS)

Sobre a alimentação nas escolas, a Prefeitura de Realeza investe aproximadamente R$ 800 mil ao ano. Desse valor, R$ 280 mil são recursos federais do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e R$ 520 mil são recursos próprios da Prefeitura. “A legislação fala que os cardápios devem oferecer, no mínimo, três porções de frutas e hortaliças por semana, em Realeza oferecemos frutas, verduras e legumes todos os dias. Constantemente, adaptamos o cardápio para uma alimentação mais saudável. Nas escolas, os professores também trabalham aspectos da educação alimentar e nutricional, mas é necessária a parceria dos pais nesse processo para que consigamos diminuir o índice”, explicou a nutricionista da Prefeitura, Mayara Borsa.

Este ano, a Prefeitura e a UFFS irão finalizar um novo diagnóstico nutricional nas instituições de ensino municipais. Por enquanto, foram avaliados apenas os alunos matriculados nas quatro escolas de tempo integral. Em três delas, já é possível perceber uma leve redução no número de alunos com sobrepeso e obesidade. Na Escola Municipal Professora Greuza Dal Molin, em 2018, 38% dos estudantes apresentavam sobrepeso e obesidade, hoje esse índice caiu para 29,5%, é a maior redução.