Publicado em: 26 de maio de 2021 11h05min / Atualizado em: 27 de maio de 2021 10h05min
No mundo infantil, um poste pode virar um elemento essencial para a diversão. Muito mais do que suportar fios e iluminação, é nele que crianças brincam de enrolar uma corda a seu redor, com golpes em um objeto amarrado na ponta. É assim que o simples se transforma para os pequenos.
Foi para registrar algumas dessas formas de diversão que o professor da UFFS – Campus Chapecó Alexandre Loro fez uma coletânea de 90 jogos populares. O trabalho é um desdobramento de dois componentes curriculares ministrados no curso de Pedagogia da UFFS – Campus Chapecó. Com a descrição e explicações rápidas de como jogar, ele juntou essas brincadeiras e lançou o livro "Jogos Educativos: Contexto Cultural e Formação Pedagógica".
Uma das fontes para reunir esses jogos foram as estudantes do curso de Pedagogia (para o qual ele ministra aulas) durante componentes curriculares (CCRs) optativos. Nesses CCRs, o professor levou as estudantes para além da sala de aula: elas também “testaram” jogos (antes da pandemia, é claro), no pátio da UFFS – Campus Chapecó.
As vivências acabaram saindo dos “muros” da UFFS. Foram levadas pelas estudantes a uma ação comunitária, no bairro Efapi, em 2018 (antes, portanto, da pandemia). Foi algo muito orgânico: as estudantes se organizaram e começaram a jogar. As pessoas, especialmente as crianças, observavam, recebiam as informações sobre as regras e iam entrando e saindo das brincadeiras conforme tinham interesse.
A organização de todo esse material, que, conforme o professor, “não está em livros, mas nas narrativas, nas memórias e, alguns, em sites ou blogs”, acabou resultando na publicação. São 45 jogos nacionais e 45 do mundo que trazem, mais do que os jogos, a cultura de regiões ou de países. “Os jogos têm essa dimensão de mostrar a riqueza e a diversidade sociocultural”, ressalta Loro.
O livro foi pensado – inclusive em sua linguagem – não só para o meio acadêmico. A ideia é que o público em geral possa ler para brincar com familiares e amigos, por exemplo.
É totalmente possível que os jogos sejam utilizados na escola. Educadores, segundo o professor, podem promovê-los no ambiente escolar, em acampamentos, museus, centros comunitários e nos momentos em que for possível. “O modo pelo qual foi gerado o conhecimento necessário à obra, resulta em atividades praticadas na educação infantil, na qual pedagogos, especialmente, precisam de um vasto repertório de jogos para atuar”, destaca ele.
De acordo com a explicação do professor, no capítulo 1 dos Jogos Populares Brasileiros, foram colocados os objetivos, faixa etária ideal, espaço e material necessário, quantidade de participantes e a descrição da prática. No 2, sobre Jogos de Todo o Mundo, não há delimitações etárias, justamente porque o conhecimento de tradições lúdicas de outro país pode ser algo motivante e de interesse para diferentes idades. Nesse caso, são fornecidas a procedência do jogo e observações sobre suas características.
Embora o livro não tenha sido gerado por uma pesquisa acadêmica ou as atividades tenham sido institucionalizadas como extensão, o professor ressalta seu valor, especialmente para os pedagogos e futuros pedagogos. “Esse é um tema apaixonante. Ele mexe com as origens das pessoas, com as memórias, com os sentimentos, com o que as pessoas vivem na infância. Além disso, há a espontaneidade e o movimento dos corpos” finaliza o professor, cuja formação é em Educação Física.
Interessados em saber mais a respeito da obra podem enviar e-mail para alexandre.loro@uffs.edu.br.
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