Publicado em: 04 de outubro de 2024 17h10min / Atualizado em: 09 de outubro de 2024 11h10min
Um tema tão urgente quanto desafiador para prefeituras de todo o país foi o escolhido por uma equipe da UFFS – Campus Chapecó para participar da segunda edição do Desafio Liga Jovem, promovido pelo Sebrae e Instituto Ideias de Futuro: as catástrofes ambientais. Os cinco jovens, sob orientação da professora Kelly Tosta, já conseguiram avançar no projeto de utilizar tecnologia para antecipar e mitigar problemas causados pela destruição que chega com esses eventos. E o maior avanço foi, inclusive, referendado por uma banca: eles conquistaram a vaga para a final da regional Sul da competição.
O grupo, formado pelos estudantes Gabriel Luft, Amanda Manenti, Artur Palmas, Ketly Gaspar e Daniel Sanssa, propôs o aplicativo “Proteger”, cujos clientes serão as prefeituras. Segundo Gabriel, a decisão foi tomada porque encontraram a seguinte informação: dois terços dos municípios brasileiros não têm defesa civil sediadas em suas prefeituras.
A partir da formação da equipe e várias reuniões presenciais e on-line, o grupo estabeleceu a proposta de valor, o modelo de negócio, o problema e a solução. Então, fizeram a apresentação para a inscrição da primeira etapa, que definiria os seis times que iriam à estadual. Naquele momento mais inicial, eles também fizeram um vídeo e postaram no YouTube.
Além da Proteger, a UFFS – Campus Chapecó levou mais uma equipe para a final estadual. E é nesse sentido que a professora Kelly ressalta que o sucesso alcançado com o time vencedor em Santa Catarina não começou no momento da inscrição no desafio, mas bem antes. Todos os estudantes que compõem as duas equipes fazem parte e têm forte envolvimento com as atividades do movimento Empreende UFFS.
“São estudantes que estão envolvidos em diversas ações de empreendedorismo universitário ao longo do tempo. Eles fazem parte de um grupo que a gente criou como uma equipe de competição da UFFS mesmo. É um grupo maior cujo objetivo é justamente esse: reunir alunos que têm interesse em participar desse tipo de desafio, que têm perfil para isso e proporcionar essa capacitação a eles. Então não são ações isoladas, não é aleatório; é um grupo formado a partir dessas vivências, são estudantes que já estão envolvidos nessas ações e que têm um arcabouço bem importante de experiências e de atividades formativas que fazem com que eles se destaquem agora”, ressalta a professora.
Sobre as potencialidades do projeto, ela ressalta que a equipe resolve uma dor real de muitas prefeituras, especialmente as pequenas, relacionada inclusive à questão humanitária, a evitar a perda de vidas. “Nossa ideia prevê uma noção, para os munícipes, a quais riscos eles se expõem nos locais em que moram e onde eles estiverem naquele momento de uma catástrofe. Conseguimos entregar as informações aos munícipes e eles não vão pagar nada para gente. As pessoas, tendo acesso a um mapa de riscos, podem planejar a construção de uma casa cujo projeto minimize os riscos caso o terreno seja propenso a inundações, por exemplo”.
Outros pontos positivos são a compreensão de rotas de fuga possíveis e a especificidade e detalhamento para cada município. Com tudo isso, além de sirenes e avisos à população, as pessoas terão possibilidade de se planejarem melhor.
Com o que ouviram de sugestões da banca, e o que pretendem fazer na final regional (do Sul), o grupo agora aprofundará o pitch, melhorar a proposta, ampliar os dados (inclusive buscando-os em prefeituras e câmara de vereadores) e ajustar pontos como a forma de monetização.
A meta da equipe é, sim, chegar à final nacional. “A gente está bem confiante porque a nossa ideia é boa, a equipe está bem preparada”, ressalta a professora Kelly. “Ninguém fez isso até agora dessa magnitude para planos de mitigação, para planos de contingenciamento, oferecendo um app que realmente integre tudo isso, que dê esse controle social para o município, enfim, e que a Prefeitura mostre serviço nesse sentido. Não existe. Então, podemos dizer que é um tanto inovador. A gente tem uma ideia inovadora, a gente tem uma ideia bem construída, um projeto bem construído, uma equipe bem capacitada, então a gente quer chegar na final. E unida, olha, eu falei lá, é um dos melhores projetos que eu já desenvolvi”, empolga-se Gabriel.
Para ambos, os ganhos vão além de vencer o desafio. “Esse tipo de ação é importantíssimo porque coloca em prática os conhecimentos que eles obtiveram. O professor, como o nome sugere, é um orientador, então a gente está ali só para dar suporte, mas a iniciativa é dos estudantes, quem desenvolve a ideia são os estudantes, então esse protagonismo deles é bem importante e esse tipo de ação também promove o desenvolvimento tanto das competências técnicas quanto das competências comportamentais, É uma oportunidade de desenvolver liderança, comunicação, trabalho em equipe. O desafio tem um elemento de tensão, de provocação, de te levar mais ao limite”, explica ela.
Gabriel reitera a ideia resume: “eu gosto de pensar que a gente aplica algumas habilidades que aprendemos nas salas de aulas e a gente aprende habilidades que nunca iremos aprender dentro da sala de aula. Por isso que eu participo dessas coisas por fora da sala de aula. É para conhecer novidades, é para trabalhar outras habilidades que são inerentes para carreira profissional e vida pessoal”.
Mesmo que informais, a equipe já tem “reforços”. Tanto o professor Humberto Tosta, orientador da outra equipe da UFFS que chegou à final estadual, quanto um professor da Univille, colocaram-se à disposição para contribuir com a Proteger e, quem sabe, ver uma equipe catarinense entre os finalistas nacionais.
A final com as equipes do Sul do país está marcada para o dia 25, on-line. A equipe classificada para a final nacional terá as despesas pagas, já que a disputa será presencial em local ainda não divulgado e cada membro – tanto os estudantes quanto o orientador – ganhará um celular.
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