Publicado em: 12 de julho de 2021 03h07min / Atualizado em: 12 de julho de 2021 15h07min
Lançado, recentemente, pelo Ministério da Saúde, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira teve na sua elaboração a participação do professor de Medicina da UFFS – Campus Chapecó Paulo Henrique de Araújo Guerra. Ele é um dos mais de 60 pesquisadores vinculados a distintas instituições do país, além de profissionais que atuaram em rodas de conversa e consulta pública.
O Guia visa fortalecer a visão de atividade física como direito no país. “A atividade física está inserida na Lei Orgânica da Saúde como determinante da saúde da população brasileira e, dessa forma, é missão da área o esforço pela sua disseminação em nível nacional, maiores acessos e melhor qualidade na oferta. Entre tantos avanços, um ponto a se destacar do documento é seu propósito em facilitar a adoção de atividade física pelas pessoas, dispondo de linguagem objetiva e acessível para a população em geral”, sinaliza o professor.
O professor relata que foi bolsista componente do grupo de trabalho que abordou a "Atividade física para crianças de até 5 anos de idade", junto com outros dez pesquisadores de cinco estados e Distrito Federal. “As orientações preconizadas pelo Guia são embasadas no conhecimento científico atual”.
Nesse sentido, Guerra liderou uma pesquisa documental sobre guias de atividade física com recomendações para a primeira infância nos países das Américas e colaborou diretamente em outras duas produções do grupo de trabalho, que estabeleceram as bases para as recomendações que estão disponíveis no capítulo. Ainda, apresentou o trabalho realizado no evento de "Apresentação Científica do Guia de Atividade Física para a População Brasileira", realizado pela Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde.
“Pela linguagem acessível e baseada no conhecimento científico, espera-se que esse Guia possa apoiar as pessoas na prática de atividade física. Em um país no qual a atividade física é determinada por muitos fatores sociais, econômicos e de gênero, é consenso que ‘não apenas basta querer’, existem outros fatores interpessoais (falta de companhia, falta de apoio familiar) e ambientais (falta de espaços adequados, clima, violência) que impedem a prática de atividades físicas”, reforça o professor.
De acordo com o professor, no momento, o entendimento é que a atividade física está associada ao desenvolvimento humano como um todo. Portanto, há muitos impactos positivos na saúde, em geral, quando o exercício físico é incorporado na vida de um indivíduo. “Nessa perspectiva, podemos mencionar suas relações diretas com a saúde (ex. controle do peso, fortalecimento ósseo, redução do estresse e ansiedade) e sua importância na socialização (principalmente em atividades coletivas, nas quais há interação). Mesmo que o foco do Guia seja longitudinal, como um documento ‘válido’ para a população na próxima década, algumas estratégias podem ser destacadas para o momento, como a redução do comportamento sedentário (tempo sentado), substituindo-o por atividades físicas leves ao longo do dia”, pontua ele.
O coletivo organizador teve a preocupação em ofertar o Guia de Atividade Física para a População Brasileira também nas versões em áudio, Braile e nos idiomas Espanhol e Inglês (materiais disponíveis na biblioteca do Ministério da Saúde).
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