Publicado em: 16 de outubro de 2017 08h10min / Atualizado em: 16 de outubro de 2017 09h10min
Foi com surpresa e alegria que o professor do curso de Geografia do Campus Chapecó, Andrey Binda, recebeu a notícia de que sua tese, defendida no ano passado, recebeu a menção honrosa na área de Geografia no Prêmio Capes de Tese, edição 2017. A menção honrosa é concedida pela comissão avaliadora em reconhecimento pela contribuição da pesquisa no aprimoramento da área do conhecimento e do avanço da Pós-Graduação e do conhecimento científico de qualidade no país.
A tese, intitulada: “Eventos hidrológicos extremos e morfodinâmica fluvial em área afetada por processos de arenização no sudoeste do RS – Bacia Hidrográfica do Arroio Miracatu”, foi orientada pelo professor Roberto Verdum, do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A pesquisa, que teve como recorte espacial a Bacia Hidrográfica do Arroio Miracatu (BHAM), buscou analisar a importância de eventos hidrológicos extremos na morfodinâmica fluvial e a sua interação com os processos de arenização. Dados de chuva e vazão da BHAM foram analisados com o objetivo de identificar o regime pluvio-fluviométrico. “Busquei saber como se processava a dinâmica das chuvas e das vazões e sua relação com a esculturação do canal fluvial, por isso iniciamos a partir da análise da dinâmica hidrológica. A bacia que selecionamos é representativa pela ocorrência de núcleos de arenização. Assim, analisamos em diferentes escalas temporais, no curso anual, mensal, pentadal (5 dias) e diário, sempre destacando o excesso de água e também a ausência”, relatou.
De acordo com Binda, a segunda parte da tese foi a parte experimental, que compreendeu o monitoramento de um setor da bacia para ver como seria a resposta da morfologia do canal em relação às chuvas daquele período. “O monitoramento aconteceu por 18 meses entre 2014 e 2015. Em campo fazíamos medições dentro do rio para detalhar a forma dele. Interessante é que quando a gente compara os dados e as fotos tiradas, nota-se que o rio passou de uma forma para outra bem diferente. Nos primeiros trabalhos de campo, o rio que se apresentava com leito estreito e profundo, passou, abruptamente, após a ocorrência de chuvas extremas, para uma morfologia de calha rasa e larga”, explicou.
Segundo ele, os dados de chuva e de vazão mostram que acontece naquela área períodos que são mais chuvosos, sucedidos por períodos de menos chuva. “Assim, quando há excesso hídrico, a produção de sedimentos oriundos dos solos arenosos aumenta, entulhando o canal fluvial no fundo de vale, uma vez que a quantidade de sedimento que chega no rio é maior que a capacidade dele transportar, então ele se alarga e torna-se mais raso. Quando há menor disponibilidade hídrica o rio retrabalha esses sedimentos e passa a ficar mais estreito e profundo”, afirmou.
Menção Honrosa
Para Binda, o recebimento da menção honrosa é motivo de satisfação. Reconhece que a pesquisa não é só um trabalho feito por ele, mas por todo um coletivo de pessoas que o auxiliaram direta e indiretamente. Ele também lembrou que sua dedicação à pesquisa foi possível por ter usufruído do afastamento para capacitação docente. “O afastamento me possibilitou a dedicação exclusiva e integral ao desenvolvimento da pesquisa, e esse reconhecimento mostrou que todo o trabalho valeu a pena”, concluiu.
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