Publicado em: 14 de julho de 2021 15h07min / Atualizado em: 14 de julho de 2021 18h07min
A enfermeira indígena egressa da UFFS – Campus Chapecó Eliziane dos Santos foi aprovada em um processo seletivo do Ministério da Saúde para atuar justamente na terra indígena Xapecó, em Ipuaçu, onde cresceu. Recém-formada, a jovem conseguiu, em junho de 2021, a aprovação para trabalhar no lugar onde sempre sonhou: na sua comunidade, junto da família, gerenciando a equipe de profissionais de saúde que cuidou de sua própria saúde desde a infância.
“Me sinto muito grata, realizada”, conta Eliziane, que é da etnia Kaingang. Para ela, atuar em Ipuaçu era um desejo antigo: como precisou por várias vezes do serviço de saúde quando criança, ela tinha uma relação com os profissionais e gostaria de poder contribuir com os integrantes da aldeia.
Ela ingressou na Universidade pelo Programa de Acesso e Permanência dos Povos Indígenas (PIN), na primeira prova realizada pela UFFS nessa modalidade (Eliziane foi personagem de matéria quando entrou na UFFS - Campus Chapecó, em 2015). Viveu a Universidade intensamente: estudou bastante, fez parte de grupos, de projetos de extensão, de projetos de pesquisa – como voluntária e como bolsista – e foi monitora, contribuindo com os colegas indígenas que ingressavam na Instituição.
Conta que teve dificuldades com a mudança de cidade e de adaptação, já que nunca tinha saído da aldeia. Disse que sentiu preconceito por ser indígena, mas superou esses problemas durante o tempo da graduação, fez amizades e construiu relacionamentos e teve apoio de professores.
“Foi difícil ficar longe da família e superar tudo. Tive vontade de desistir”, relata ela. Porém, o incentivo da mãe, a força de vontade, a dedicação e a vontade de ser a primeira graduada na família a fez seguir. “Tenho uma irmã de 15 anos. Quis ser um incentivo a ela. Hoje, minha mãe e minha irmã se orgulham de mim”, emociona-se.
Ficou sabendo do processo seletivo na semana da colação de grau, por meio de profissionais da saúde do polo indígena. Depois da colação de grau, conversou, fez justificativas e diálogos com várias pessoas do Corem/SC, pois sabia que precisava do número do registro no conselho, mas que ele demora, em média, 15 dias para sair. Fez a prova e a entrevista e foi aprovada.
“Imaginava trabalhar algum tempo em um hospital de Chapecó para ter experiência para então poder participar de um processo seletivo”. Porém, como conta ela, esse processo, no qual ela foi aprovada, foi de jovem profissional, e um dos requisitos era ser o primeiro emprego. “Estou muito feliz. Minha família está muito feliz”, finaliza.
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