Publicado em: 10 de outubro de 2024 09h10min / Atualizado em: 15 de outubro de 2024 13h10min
Um inédito e pioneiro projeto está em andamento para revisar o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS/SC), sobre os aspectos da geração, do manejo e da destinação de resíduos sólidos. A equipe da Mesorregião Oeste Catarinense, que atuará nos 118 municípios desta região, é composta por pesquisadores da UFFS, da Unoesc e da Unochapecó, e atuará com os dois principais objetivos: realizar um diagnóstico completo e detalhado, além de propor soluções para a gestão de resíduos sólidos.
O trabalho, financiado pela FAPESC, faz parte da "Rede Cooperativa Estadual de Pesquisa em Resíduos Sólidos", com instituições de ensino superior de todo estado atuando nas diversas regiões. A previsão é de que sejam 24 meses de duração e, como resultados, a promoção do desenvolvimento sustentável e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida na mesorregião Oeste.
Serão cinco etapas de desenvolvimento do projeto: estruturação de governança; definição de ferramentas para aquisição de dados; levantamento de dados; processamento e tratamento de dados; e proposições para a revisão do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). Para a professora da UFFS – Campus Chapecó, Rosiléa Garcia França, coordenadora técnica do projeto, um diferencial de haver universidades na atuação é a possibilidade de produções científicas a partir do que será desenvolvido no decorrer dos dois anos.
Preliminarmente, uma das questões que já apareceu é a falta de disponibilidade de dados. Outro ponto que os pesquisadores consideram fundamental avançar no plano é a valorização dos catadores. Considerados elos entre os resíduos gerados pela sociedade e a indústria recicladora, conforme a professora é necessário que eles recebam maior apoio das gestões municipais, dando condições de trabalho digno e melhorando a sustentabilidade local.
O material orgânico produzido nos municípios, de acordo com o grupo, também precisa ter outro olhar. Conforme a lei, apenas os rejeitos deveriam chegar ao aterro sanitário; portanto deve-se buscar o lixo zero. Para tal, é necessário, segundo os pesquisadores, desviar ao máximo os resíduos antes de chegar ao aterro. No caso do material orgânico, a compostagem pode ser uma solução a ser considerada.
O trabalho também deve gerar outros pontos de vista com relação aos resíduos sólidos. O grupo de pesquisadores entende que será possível mostrar o potencial econômico que atualmente não está sendo aproveitado nos municípios. “A população ainda não consegue visualizar o valor que o resíduo tem. E, em geral, as administrações públicas, não enxergam o quanto se pode economizar a partir do momento em que a gente desvia resíduos do aterro sanitário. Pretendemos mostrar, com esse trabalho, de que forma os municípios podem valorizar ainda mais esses materiais”, ressalta Maria Gabriela Knapp, pesquisadora envolvida.
A equipe do Oeste catarinense conta com a coordenação técnica dos pesquisadores Rosiléa Garcia França, Marlon Luiz Neves da Silva e Marco Roberto dos Reis, da UFFS; da pesquisadora Silvana Terezinha Winckler, da Unochapecó, e dos pesquisadores da Unoesc, Marcos Freitas Cordeiro e Adriana Biasi Vanin.
A equipe também conta com três técnicos, bolsistas SET-F, que atuarão diretamente com o levantamento de dados e informações dos municípios: Maria Gabriela Knapp (Engenheira Ambiental e Sanitarista - UFFS), Michele Benetti Leite (Engenheira Florestal - UFSM) e Geverson Ampolini (Bacharel em Direito - Unochapecó). O projeto possui membros bolsistas na categoria de iniciação científica das três universidades, sendo: Gabriel Luan Luft, Nicole Rocha de Farias, Nathalia Noronha Stahl (UFFS), Nordino Juma Momade (Unochapecó) e Ana Guberte (Unoesc).
Além da atuação na mesorregião Oeste, o projeto envolve outras universidades em todo o território catarinense, como a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com a coordenação geral, a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), a Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e a Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), abrangendo todas as mesorregiões do Estado.
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