Publicado em: 27 de outubro de 2015 12h10min / Atualizado em: 09 de janeiro de 2017 10h01min
Atendendo a uma demanda vinculada ao crescente interesse, inclusive acadêmico, que o anarquismo vem despertando nos últimos tempos, o Grupo de Pesquisa Anticapitalismos e Sociabilidades Emergentes (GPASE) criou, recentemente, o grupo de estudos “Círculo de Estudos Anarquistas”, dedicado à leitura, reflexão e discussão de textos e obras relacionados ao anarquismo como pensamento político, perspectiva filosófica e experiência social.
“Embora o GPASE possua uma preocupação teórica e política com aspectos das mais variadas expressões do Anarquismo e do pensamento libertário, nas quais também podemos localizar variantes heterodoxas do Marxismo, sentimos a necessidade de responder a essa demanda específica”, explica o coordenador do Grupo, professor Cassio Cunha Soares.
A criação do grupo representa um esforço para abrir espaços de debate sobre o tema, não só no âmbito da Universidade, mas na sociedade de uma forma geral – uma vez que a participação é aberta ao público – visando desmistificar o conceito de anarquismo. “As noções mais vulgares e estereotipadas acerca do anarquismo possuem um lastro histórico que nos leva até a Revolução Francesa. Recorrentemente, os grupos sociais que não aceitavam se formatar segundo parâmetros ideológicos e organizacionais dominantes (à direita ou à esquerda), foram taxados de desordeiros e anarquistas. Entretanto, o anarquismo surge no mundo moderno como uma perspectiva político-filosófica extremamente refinada (Proudhon, um dos seus teóricos clássicos, afirmava que 'anarquia é ordem', quer dizer, autogoverno, autogestão e autonomia), sendo também a expressão da primeira geração mais combativa e internacionalista do movimento operário. Não é gratuito que a maioria dos sindicatos modernos foram construídos por militantes anarquistas”, argumenta Soares.
O coordenador ainda pondera que “desmistificar a visão corrente que se tem sobre o anarquismo é ao mesmo tempo uma oportunidade para recuperar a memória histórica do movimento, como base fundacional da própria classe trabalhadora moderna; disponibilizar outros elementos para fecundar nossa imaginação política cada vez mais cínica, resignada e sem perspectivas; e por fim, contribuir com um debate necessário visando a pluralização do campo da esquerda, até pouco tempo hegemonizada por correntes oriundas do marxismo-leninismo ou da social-democracia. Vale dizer que estamos diante de um novo cenário intelectual, em que, no mundo inteiro, vários grupos de pesquisas em importantes universidades estão dedicando tempo e energia para contribuir nessa direção”.
Os encontros ocorrem quinzenalmente, às sextas-feiras, na sala 207 do Bloco A, no Campus Erechim. Nesta semana, o encontro será realizado, excepcionalmente, na quinta-feira (29), devido ao Dia do Servidor Público, comemorado no dia 30. A participação é aberta a todos os interessados. Para ter acesso ao cronograma de encontros e aos textos que serão debatidos, basta enviar e-mail para circuloestudosanarquistas@gmail.com.
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