II Colóquio do Nipeas tem abertura oficial no Campus Erechim

Publicado em: 09 de junho de 2016 13h06min / Atualizado em: 03 de fevereiro de 2017 08h02min

Na noite de quarta-feira (8), aconteceu, no Campus Erechim, a abertura oficial do II Colóquio do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudos Agrários, Urbanos e Sociais (Nipeas). A mesa de abertura foi composta pelo reitor da UFFS, Jaime Giolo, o vice-reitor, Antônio Andrioli, o pró-reitor de Extensão e Cultura, Émerson Neves da Silva, o diretor do Campus Erechim, Anderson André Genro Alves Ribeiro, além dos representantes da Fetraf, Douglas Cenci, o do MAB, Otávio Kolcheski, e do MST, Clarice Simone Telles. Também fez parte da mesa o coordenador do Nipeas, Jerônimo Sartori.

A primeira fala foi do coordenador do Nipeas, Jerônimo Sartori, o qual fez um relato do histórico do Núcleo, destacando que “ele foi organizado para potencializar ações de Pesquisa e Extensão dentro da UFFS, em parceria com outras instituições de Ensino Superior”. O docente Émerson Neves, primeiro coordenador do Nipeas e atualmente pró-reitor de Extensão e Cultura, destacou que “a produção do conhecimento é possível de várias formas, mas o que define uma experiência acadêmica popular é o compromisso que ela tem com a causa popular dos trabalhadores, com uma outra forma de pensar a sociedade e com a construção de uma massa crítica que possibilite a inserção desta universidade no território a que ela pertence”.

O reitor da UFFS, Jaime Giolo, aproveitou para elogiar os temas prioritários abordados durante o Colóquio: os processos agrícolas, os processos urbanos e os processos sociais. Giolo destacou “a importância de a UFFS e a comunidade regional focarem as discussões em questões que envolvem a região colonial do Norte do Rio Grande do Sul, do Oeste de Santa Catarina e do Sudoeste do Paraná, porque esta é uma experiência de ocupação territorial e de produção agrícola e de produção urbana e social bastante peculiar no Brasil, vindo nas franjas do modelo prioritário do latifúndio”.

Na sequência foi realizada a Conferência “Universidade, Educação e Trabalho: uma leitura no contexto da luta de classes”, com o professor Geraldo Augusto Pinto, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Em sua participação, o docente explanou sobre a teoria marxista da dependência como grande contribuição do pensamento latino-americano para a compreensão da condição de dependência, de superexploração e do exílio intelectual que seus autores (Ruy Mauro Marini, Theotonio dos Santos, Vania Bambirra, entre outros) sofreram por parte do que seria a intelectualidade dominante no Brasil no período pós-ditadura. E de como essa teoria foi deixada de lado mesmo após a anistia e está sendo recuperada agora.

“A princípio, nós não vivemos mais num período de ditadura como nós tínhamos entre os anos 60 e 80, com repressão aberta e ostensiva, com censura das ideias, mas até que ponto nós não vivemos uma ditadura do mercado, uma ditadura dos grandes grupos econômicos, uma ditadura do neoliberalismo?”, provocou Augusto Pinto.

Num segundo momento, o docente da UTFPR contextualizou as mudanças que a universidade pública brasileira sofreu, principalmente desde o período da ditadura militar, apontando algumas problemáticas que hoje permeiam seu contexto: qual o sentido dessa universidade, como está a sua gestão, o seu financiamento, qual o futuro da universidade.

As atividades do Colóquio iniciaram na tarde de quarta-feira (9), com a mesa temática “Agroecologia, Desenvolvimento Territorial e a Universidade Popular”, conduzida pelos docentes da UFFS – Campus Erechim Alfredo Castamann, Ulisses Pereira de Mello e Matheus Mohr.

A programação prosseguiu na quinta-feira (9) com a realização de duas mesas temáticas: “Movimentos Sociais, Emancipação e Universidade Popular” e “Educação Popular: experiências, limites e potencialidades”.

Ainda na tarde de quinta-feira aconteceu a apresentação de trabalhos e debates em torno de cinco grupos temáticos: “Agroecologia, Desenvolvimento Territorial e a Universidade Popular”, “Movimentos Sociais, Emancipação e Universidade Popular”, “Educação Popular: experiências, limites e potencialidades”, “Educação do Campo em perspectiva” e “A formação de professores e a Educação Básica no Alto Uruguai”. E à noite será a vez do painel “Formação e desenvolvimento social”.

A programação tem sequência na sexta-feira (10), com duas mesas temáticas na parte da manhã: “Educação do Campo em perspectiva” e “A formação de professores e a Educação Básica no Alto Uruguai”.O encerramento acontece à tarde, com reunião dos grupos temáticos e exibição do filme “O veneno está na mesa”, seguido de debate com o docente Valdecir Zonin.

Nos intervalos entre as atividades estão sendo realizados lançamentos de livros e apresentações culturais com os músicos Hector Rojas e Duglas Bessa e o Banco de Talentos do Nipeas.