Jornalista especialista em cultura digital faz palestras na UFFS – Campus Erechim

Publicado em: 16 de março de 2016 13h03min / Atualizado em: 03 de fevereiro de 2017 09h02min

A comunidade universitária da UFFS – Campus Erechim teve a oportunidade de acompanhar, durante a tarde e a noite da terça-feira (15), palestras com o jornalista especialista em cultura digital Leonardo Feltrin Foletto. A primeira delas foi sobre “Mídias sociais e educação na diversidade”, promovida pelo Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) do Campus Erechim. Para um público atento, o palestrante apresentou inicialmente algumas especificidades sobre a internet, em especial a respeito das redes sociais, destacando que tais tecnologias nunca são neutras. “Mídias como o Facebook e Whatsapp, apesar de gratuitas para o usuário, têm um faturamento alto com propagandas e com as informações a respeito dos perfis de usuários”, informou Foletto.

No decorrer da palestra Foletto falou que, embora as redes sociais sejam um importante espaço que possibilita o contato entre as pessoas e o acesso à informação, “vivemos tempos em que há um exagero de informações sendo veiculadas pelas redes sociais, onde as pessoas acabam não se questionando a respeito do alcance do conteúdo que disponibilizam/compartilham nestes espaços. É importante que filtremos as informações, tanto as que são postadas quanto as que são recebidas, evocando a responsabilidade dos sujeitos que compartilham e/ou publicam informações ou comentários”.

Na sequência, o jornalista reiterou a importância de educar para as mídias, buscando formar nos estudantes um comportamento que leve em conta minimamente o hábito de checar o que se compartilha, levando-se em conta o respeito mútuo e a tolerância. “Devemos utilizar outras ferramentas que a internet dispõe, especialmente a possibilidade de utilizar aplicativos de software livre, que garantem mais autonomia e segurança aos usuários e diminuem o poder das grandes empresas que controlam hoje o universo das mídias sociais” entende Foletto.

Sobre o potencial da internet, o jornalista ressaltou que ela não se resume às redes sociais e alertou que educar para o uso das mídias sociais/redes sociais requer o reconhecimento de que, mais importante do que a novidade e a popularidade do que é compartilhado, é pensar a respeito dos valores que estão por detrás das informações publicizadas e que permeiam todas as relações interpessoais, sejam elas virtuais ou não. “É a importância do respeito ao outro e àquilo que nos é diferente dentro e fora das redes sociais, considerando que estas são apenas mais um espaço que possibilita a interação entre os sujeitos”, finalizou.

Responsabilidade na rede

No período da noite, a fala de Leonardo Feltrin Foletto foi uma indagação: “O que você faz com sua rede social?”. A palestra, que aconteceu no auditório do Campus Erechim, fez parte da programação de abertura do primeiro semestre letivo de 2016. Para um público composto em grande parte por estudantes, Foletto explicou alguns aspectos sobre o funcionamento de uma rede social, com destaque para rede social na internet. O jornalista aproveitou para desfazer alguns mitos em relação ao assunto. Ele comentou que a “a rede social não é necessariamente a internet, a internet é muito mais ampla. O facebook também não é a internet – existe muito mais internet para além do facebook”.

Sobre a relevância do debate dentro dos espaços universitários, o especialista em mídias sociais considera importante, “pois é um assunto que está no dia a dia das pessoas, a maior parte dos estudantes estão nas redes sociais. Na verdade, estamos passando por um momento de excesso de redes sociais, as pessoas não estão sabendo lidar com o poder que uma rede traz, estão violando direitos humanos fundamentais ao postar comentários achando que a rede social é um lugar em que as coisas não vão ser registradas, mas são. Então, primeiramente, é preciso refletir sobre a nossa prática de uso de redes sociais”.

Para Foletto, as mídias sociais atualmente fazem parte do cotidiano das pessoas de alguma forma, tendo muita importância em todos os âmbitos da vida da sociedade. “O seu uso poderia ser focado para fins que sejam mais produtivos do que meras discussões que não levam a consensos e acordos. Elas são a principal fonte de informação de muitas pessoas, e muitas dessas informações que circulam nas redes sociais não são checadas. Enfim, é preciso ter cuidado com aquilo que a gente está compartilhando”, contemporiza.