Professora do Campus Erechim estuda aspectos da mudança climática na Antártica

Publicado em: 03 de abril de 2013 13h04min / Atualizado em: 06 de janeiro de 2017 08h01min

Coletar amostras de sedimentos de lagos e depósitos, dados meteorológicos e sobre a retração de geleiras. Esses foram os desafios de uma equipe de pesquisadores que passaram o mês de março em expedição na Antártica. A professora Kátia Kellem da Rosa, do colegiado de Geografia e de Engenharia Ambiental da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim, integrou a equipe, juntamente com outros quatro pesquisadores, da Universidade Federal Fluminense (UFF) de Niterói e do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

 Conforme Kátia Kellem, as atividades de campo visaram coletar amostras de sedimentos de lagos e depósitos para a interpretação paleoclimática (das variações climáticas em épocas passadas), a obtenção de dados de retração da geleira Collins, localizada na Península Fildes, e meteorológicos, assim como a medição dos fluxos de carbono e metano de lagos de degelo para a investigação dos processos relacionados ao sequestro de carbono.

“Os resultados desta expedição, com apoio de pesquisadores de outros países, possibilitarão o maior entendimento do comportamento de alguns ambientes glaciais diante das mudanças climáticas evidenciadas nesta área da Antártica, as quais possuem interconexões com o clima da América do Sul”, explica a pesquisadora. Essa é a quarta expedição de Kátia Kellem à Antártica.

Logística

A equipe de pesquisadores, após um ano de preparação logística, partiu de Pelotas/RS no dia três de março em direção à Punta Arenas, na Patagônia Chilena, localizada ao extremo sul da América do Sul, e para a Península Fildes, Antártica, no dia cinco de março. O transporte dos pesquisadores foi realizado por avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Em decorrência do incêndio ocorrido na Estação Antártica Comandante Ferraz em fevereiro de 2012, o grupo ficou hospedado na estação chilena de Escudero, na Península Fildes. O retorno ao Brasil ocorreu no dia 29 de março.

Conforme Kátia Kellem, as condições meteorológicas dificultaram o trabalho, com dias com ventos fortes e nevascas, o que fez com que a equipe precisasse de um maior cuidado e preparação com roupas e equipamentos especiais na realização das atividades de campo. O projeto tem financiamento do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Criosfera, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e apoio logístico do Programa Antártico Brasileiro e do Instituto Antártico Chileno (Inach).