Vice-reitor da UFFS palestra em audiência do parlamento alemão

Publicado em: 25 de março de 2013 08h03min / Atualizado em: 27 de março de 2017 14h03min

O vice-reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Antonio Andrioli, foi um dos palestrantes em uma audiência do parlamento alemão na sexta-feira (22), via videoconferência. O tema da audiência foi “Com genes e venenos é possível acabar com a fome no mundo e preservar o meio ambiente?”, tendo como motivador, os 20 anos do uso de transgênicos no mundo.

O evento teve apresentação de um pesquisador europeu, um asiático, um africano e de Andrioli, que fez um panorama da situação na América Latina. O vice-reitor da UFFS tratou sobre as metodologias empregadas pelas empresas que trabalham na expansão do cultivo da soja e do milho; as consequências para o camponês, o agricultor familiar, as populações indígenas e o meio ambiente; e as alternativas apresentadas para resistir à expansão dos transgênicos.

Segundo Andrioli, foi relatada a situação da resistência da lagarta da espiga do milho (Helicoverpa zea). Conforme o pesquisador, o milho transgênico foi projetado justamente para combater essa praga. “No Brasil já foram registradas perdas de produtividade por 11 estados devido à lagarta”.

Com a resistência da lagarta, os produtores buscaram outra saída para combater a praga. De acordo com Andrioli, a situação gerou a importação de inseticidas proibidos no Brasil, emergencialmente liberados para amenizar o problema.

Devido a essa e outras questões, Andrioli apontou, durante a audiência, que o uso de transgênicos têm aumentado o custo e diminuído a produtividade na América Latina. Ele também ressaltou que os danos ao meio ambiente e à diversidade vêm sendo muito importantes. “Se somarmos tudo o que é utilizado de agrotóxicos no país por ano e dividirmos pela população brasileira, o resultado é um exagero – 5,2 litros de agrotóxico por habitante em um ano.”

Andrioli avaliou que sua participação na audiência foi positiva, também, para a UFFS. “Temos, assim, mais presença internacional. Com a proposta clara de apoiar a agroecologia, a UFFS através dessa e de outras pesquisas, pode dar uma contribuição muito grande para o mundo”, finalizou.