Na noite de 26 de setembro, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Cerro Largo, realizou um painel em alusão ao Dia Nacional do Surdo, com foco na inclusão e acessibilidade, destacando a pré-exibição do curta-metragem Rio dos Pássaros, que será lançado oficialmente em breve.

O painel foi coordenado pela professora Cleusa I. Ziesmann, com sua turma do componente curricular de Libras – Língua Brasileira de Sinais, e participação especial de Maria Caroline Schnorr Meinertz e de representantes do Instituto Federal Farroupilha de Santa Rosa. Maria Caroline é intérprete de Libras no IFFAR Santa Rosa e falou sobre sua experiência como intérprete, diretora de inclusão e acessibilidade no filme, destacando o impacto de sua atuação, para garantir que o curta fosse acessível em todas as suas dimensões.

O evento contou com um grande público da comunidade acadêmica e participação de sete pessoas surdas, que compartilharam suas experiências de vida. Os depoimentos mais emocionantes foram dos atores Bruna Taube e Mauri Szinwelski, que falaram sobre suas vivências como surdos e de como foi participar do curta-metragem. Bruna destacou o desafio e a emoção de representar sua comunidade, enquanto Mauri reforçou a importância de iniciativas culturais que promovam a inclusão de atores surdos, destacando a arte como uma forma de expressão de identidade.

Integrantes da Produtora Coletivo Fronteira Caroline Schreiner e Luís Carlos Rossato estiveram presentes e reforçaram o compromisso em produzir materiais que valorizem histórias regionais e com foco na inclusão. O cineasta e diretor do curta-metragem João Pedro Gottardo dialogou com o público sobre as escolhas conceituais e sensibilidades que influenciaram o drama, enquanto o produtor cultural Emerson Gottardo refletiu sobre os desafios da produção audiovisual em uma região periférica e a relevância de contar histórias com foco na inclusão.

Sobre o filme Rio dos Pássaros:

O curta-metragem Rio dos Pássaros é um drama que tem como tema central a relação familiar e o entendimento entre gerações, pais e filhos, além de trazer à tona a identidade regional, retratando as paisagens rurais e urbanas de Porto Xavier. O filme é inovador por ter dois atores surdos como protagonistas, abordando de maneira autentica questões como a identidade e o pertencimento da comunidade surda, proporcionando uma nova perspectiva sobre inclusão no cinema.

A obra é uma produção apoiada pela Lei Paulo Gustavo e será lançado em breve em Porto Xavier. Foi dirigido pelo cineasta João Pedro Gottardo, com participação produtor cultural Emerson Gottardo e produzido pela Produtora Coletivo Fronteira.