Campanha do Agasalho é fortalecida com iniciativa de estudantes
Peças doadas podem ser vistas com mais facilidade, já que estão em cabides dispostos em expositores

Publicado em: 18 de julho de 2022 13h07min / Atualizado em: 18 de julho de 2022 16h07min

A Campanha do Agasalho da UFFS – Campus Chapecó ganhou uma melhoria, a partir da iniciativa de um grupo de estudantes. A ideia é valorizar as doações recebidas por meio da mudança do ambiente onde ficam os materiais.

A exposição das peças, no hall do bloco B, privilegia o entendimento do que são as doações. Ou melhor, é um reforço do que elas não são: as doações não são descartes. São, na verdade, peças que não servem mais ao doador, e, por isso, podem ser utilizadas por outra pessoa. Agora, as peças estão expostas individualmente em cabides, dispostos em expositores.

As estudantes da terceira fase de Pedagogia Luana Barbosa, Jéssica Santos e Ailana Santos, que são naturais do Norte e Nordeste do Brasil, mobilizaram-se para as alterações. “Como todos sabem, o frio não é muito comum nessas regiões. Quando chegamos em Chapecó, não tínhamos roupas apropriadas para essa estação. O desejo de realizar uma ‘inter invenção’ no espaço surgiu da nossa observação como usuárias. Como estudantes, queríamos contribuir para a campanha. Nos reunimos, discutimos as possíveis mudanças e compartilhamos com a Michele Batista, assistente social do SAE, nossas ideias. Desde o primeiro momento, ela nos acolheu a ideia e ajudou a dar os passos em direção à realização”, ressaltou Luana.

Ela, em nome do grupo, frisou que o “objetivo é fortalecer a campanha de arrecadação e doação de agasalhos, que anualmente o SAE promove, e a adequação dos estudantes com essa nova fase estacional”. Ela destacou que pretende-se “gerar o senso de pertencimento em relação ao ambiente e os estudantes”. Ao colocar as peças doadas em cabides, dispostos em expositores, a intenção é que os “estudantes tenham uma noção de tamanho e de estética corporal, uma vez que tendo as peças penduradas, será possível identificar os tamanhos conforme medidas padronizadas no mercado. Além de facilitar a separação das peças por categorias e faixas etárias. Devido ao tempo de uso, não conseguimos identificar com muita clareza o tamanho indicado na etiqueta de todas as peças. Também reutilizamos caixotes de madeira para expor os calçados”, explicou ela.

As estudantes sabiam que uma loja de confecções no Centro da cidade havia trocado recentemente os expositores. Então, entraram em contato, marcaram uma conversa e conseguiram a doação dos materiais. Posteriormente, o SAE providenciou o transporte.

O grupo decidiu nomear o espaço. O nome escolhido foi Iaké, que, segundo Luana, quer dizer “sol” no vocabulário Tikúna (Ticuna/Tukuna). “De acordo com os Tukuna, o sol surgiu quando um jovem índio tomou uma tinta do urucum fervendo. Isso ocorreu enquanto a tia usava para pintar os índios para a festa de Moça-nova. Então, à medida que ia bebendo, o jovem ia ficando mais vermelho, até que subiu aos céus. E, lá no céu, começou a iluminar e esquentar o mundo todo”, finalizou.

A ação foi proposta pelas estudantes, teve o apoio do Setor de Assuntos Estudantis (SAE) e o aval da Coordenação Administrativa do Campus Chapecó.

Quem tiver doações pode entregá-las diretamente no SAE, para que seja feita a triagem e, posteriormente, as peças sejam disponibilizadas nos expositores.