Risadas, histórias e olhinhos curiosos. Crianças de Centros de Ensino Infantil Municipais (Ceims) e de um colégio estiveram na UFFS – Campus Chapecó nas tardes de terça (23) e quarta-feira (24) para atividades educativas e para brincar.

As atividades fazem parte do Projeto de Monitoria do curso de Pedagogia, em que um dos objetivos é fomentar ações de ensino e de extensão no Ludobrinc, laboratório vinculado ao curso.

Na terça-feira, foram 42 crianças de dois a cinco anos, dos Ceims Carmen Pelizza e Aquarela. Elas foram recepcionadas por monitoras, estudantes da graduação, mestrandas e a professora Lisaura Beltrame. Na quarta, sob a coordenação da professora Katia A. Seganfredo, as atividades foram com crianças de sete e oito anos, de um colégio de Chapecó.

Professoras, estudantes e monitoras, fantasiadas e com varinhas “mágicas”, receberam as crianças desde a descida dos ônibus. Logo lá no gramado mesmo, iniciaram brincadeiras com bolas, bambolês e outros recursos.

Circuitos educativos foram realizados, e as crianças passaram por várias atividades: contação de histórias, cinema e jogos educativos, atividades plásticas e sensoriais. Ao final, os lanches trazidos pelas crianças foram socializados em um pique nique no gramado.

A professora Katia explica que o brincar desenvolve múltiplas aprendizagens. “Em um espaço como o Ludobrinc, a construção do conhecimento é prazerosa, proporciona a curiosidade e a criatividade da criança. A brincadeira e os brinquedos estão perdendo espaço no cotidiano infantil; as crianças passam a maior tempo em frente à televisão, computadores, videogames e celulares. Então, o objetivo é proporcionar um espaço lúdico, valorizar o ato de brincar, respeitando a liberdade e incentivando a criatividade e a autonomia da criança”, ressalta ela.

Conforme a professora Lisaura, a ação contribui para a formação profissional e a práxis educativa (a conexão teoria e prática). “É uma vivência na qual podem observar, pelas vivências com as crianças, diferentes momentos da prática educativa, o processo de desenvolvimento das crianças, como as crianças se comportam, como reagem aos desafios que foram apresentados a elas. É um momento, uma oportunidade de vivência dentro do laboratório também, que é um espaço pensado sobre a prática educativa e especialmente sobre as infâncias e as crianças”, relata a professora.

“Destacamos também, com esta atividade, a relevância de se ter este espaço, na Universidade no curso de Pedagogia, e sua importância para o processo de aprendizagem dos acadêmicos. Estas atividades envolvem estudo, planejamento e conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil e os processos de aprendizagem e, portanto, fornecem subsídios para a prática pedagógica através dos brinquedos e das brincadeiras. Ainda, atividades como esta fortalecem a relação universidade e comunidade, parceria fundamental no processo de construção e socialização de conhecimentos”, complementa a professora Katia.

A estudante Georgia Bastos considera que esta foi uma "experiência incrível com os educandos da educação infantil". Acrescenta que a atividade a "enriqueceu, no sentido de interação com as crianças, de poder observar a atenção deles dentro do espaço lúdico do laboratório, a curiosidade sobre a história que estava sendo contada, a expectativa da descoberta do que viria na próxima página. A percepção sensório-motora também chamou a minha atenção. Outro aspecto foi de como eles, mesmos pequeninos, se reconhecem como sujeitos dentro desse espaço social diferente do seu cotidiano familiar. Fato esse de importância relevante dentro da comunidade escolar, pois reforça o que o teórico Herbart ressalta sobre a educabilidade humana que também corrobora com a formação docente em que precisamos ter essa sensibilidade da docência ao contribuir para a educação e formação do educando. Ainda, a atividade contribuiu para a formação docente reforçando o tripé ensino, pesquisa e extensão", finaliza.