Publicado em: 08 de agosto de 2016 14h08min / Atualizado em: 04 de janeiro de 2017 11h01min
Depois da aprovação do regulamento geral do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi) pela Câmara de Graduação do Conselho Universitário da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o Conselho de Campus de Chapecó aprovou o regimento interno do Neabi.
O núcleo atende à legislação que propõe e regula a inserção destes temas – afrobrasileiros e indígenas – nas instituições de ensino brasileiras, mais especificamente a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e a Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008.
Com a aprovação do regimento, servidores e estudantes que são envolvidos com as temáticas vão constituir a coordenação e o grupo de trabalho e iniciar as atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura que envolvem o núcleo.
De acordo com a professora do Curso de Ciências Sociais, Claudete Soares, o projeto do Neabi surgiu de uma demanda de professores que desde 2011 vinham promovendo atividades com essas temáticas. No ano passado, esse grupo realizou reuniões por videoconferência com todos os campi da UFFS para que um grupo de trabalho se organizasse e encaminhasse a aprovação do Neabi na Universidade. “Depois da aprovação do núcleo na UFFS e agora com a aprovação do Neabi do Campus Chapecó, a atuação e a articulação do núcleo vão ocorrer com o engajamento de docentes, técnicos-administrativos, estudantes e comunidade regional. Os integrantes vão desenvolver projetos dentro do núcleo. É necessário comprometimento”, explicou.
A professora do curso de História, Renilda Vicenzi, que integrará o Neabi, explicou que o núcleo também poderá acompanhar os projetos políticos pedagógicos dos cursos, principalmente os de licenciaturas, para que a formação atente para o conhecimento da cultura afro e indígena. “É dever da Universidade formar professores e profissionais que conheçam a realidade das populações que foram excluídas, e a legislação pede a inclusão de temáticas que fazem parte da formação da sociedade brasileira. A escola e a Universidade são os principais espaços para discutirmos esses temas”, ressaltou. Atualmente, o curso de História da UFFS – Campus Chapecó é o primeiro na região que tem uma disciplina de história da África que não é optativa.
Para a diretora do Campus Chapecó, Lísia Michels, a expectativa é que o núcleo fortaleça o debate e o enfrentamento contra o racismo que negros e indígenas sofrem. “Esse núcleo é muito importante para o Campus pois olhando para a história, podemos dar uma resposta social e acadêmica para a população indígena e negra da região”, afirmou. A diretora também lembrou que o núcleo tem o papel fundamental de contribuir com ações pontuais e firmes para garantir que negros e indígenas entrem e permaneçam na Universidade em condições de igualdade.
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