Olimpíada de Matemática do Oeste Catarinense tem a 1ª fase no dia 02/09
Na quinta edição, a Omoc terá recorde: 73 escolas, de 23 municípios.

Publicado em: 30 de agosto de 2022 13h08min / Atualizado em: 30 de agosto de 2022 18h08min

Estudantes de sextos, sétimos, oitavos e nonos anos, além de alunos do Ensino Médio de escolas públicas e particulares estão prestes a realizar a primeira fase da Olimpíada de Matemática do Oeste Catarinense (Omoc), na sexta-feira (2). Promovida pela UFFS – Campus Chapecó, a Omoc terá, nesta quinta edição, um recorde: serão participantes de 73 escolas, de 23 municípios,  desde o Meio-Oeste até o Extremo-Oeste, o que representa quase o dobro da quarta edição.

“O crescimento contínuo da Omoc também acontece pelo envolvimento de gestores e professores de Matemática das escolas. O sucesso e o alcance da nossa olimpíada só ocorrem pela parceria e o compromisso desses profissionais”, menciona o professor da UFFS – Campus Chapecó Milton Kist, um dos organizadores da Omoc, com as professoras Janice Reichert e Divane Marcon.

A prova da primeira fase será realizada nas próprias escolas. Serão dez questões objetivas, cada uma valendo dez pontos. Os resultados serão publicados no site da Omoc. Quem acertar seis das dez questões estará classificado para a segunda fase, que acontecerá no dia 29 de outubro, na UFFS – Campus Chapecó.

Até chegar à data da primeira fase, os estudantes tiveram a chance de se prepararem. Foram oferecidos treinamentos no Campus Chapecó e remotos. Além disso, as listas de treinamentos também foram disponibilizadas no site.

Para que todos os treinamentos fossem realizados, além das provas, que ainda acontecerão, os três professores coordenadores têm o auxílio de uma estagiária e duas bolsistas de extensão, além de estudantes voluntários.

A estagiária Jaqueline dos Santos, estudante da terceira fase de Matemática, comenta que o período vem sendo intenso. “A gente se prepara todos os dias à tarde, montado listas de treinamento e estudando-as”. Para ela, a preparação dos treinamentos vem somando à formação, assim como a experiência em sala de aula.

Jaqueline demonstra estar imersa na vivência do ensino-aprendizagem. Ela explica que a dificuldade acontece nos momentos em que os alunos ainda não tiveram contato com os conteúdos preparados nas listas.

Entretanto, ela aponta que há muitas coisas positivas na atuação com os estudantes. “Os treinamentos, além de preparar os alunos para provas, também ajudam a desenvolver o raciocínio lógico e matemático. O objetivo é trazer questões que fazem os alunos pensarem e verem a matemática de uma forma diferente da vista em sala de aula. Ajuda também a preparar melhor a prova que aplicaremos. É gratificante para ambos os lados: eles se sentem confiantes e orgulhosos, do mesmo jeito que nós percebemos que nosso trabalho, mesmo sendo mínimo, vem dando resultado”, ressalta ela.

 

O gosto dos estudantes pela Matemática

O articulador de Matemática da Rede Municipal de Ensino, Guilherme Guterres Vogt, explica que a participação em concursos na área da Matemática, como a Omoc, vem sendo incentivada. Essa medida está na linha metodológica da Matemática adotada na Rede, de acordo com a proposta curricular. O objetivo, segundo ele, é “construir uma cultura de incentivo ao estudo da Matemática, melhoria na formação de professores e estudantes e desconstrução de estigmas que o componente carrega”, ressalta ele.

Vogt frisa que os resultados vêm sendo percebidos nas escolas. “Desde 2019, com o aumento progressivo das participações, os estudantes anteriormente incrédulos de sua capacidade ou com algum tipo de receio, têm percebido as possibilidades de se destacarem, incentivados pelos professores, pela Rede e pelos resultados de colegas próximos”.

E os ganhos, no sentido de incentivo à educação, são ainda mais amplos. “Outro ponto de destaque, é a possibilidade desses estudantes conhecerem a Universidade Federal da Fronteira Sul, abrindo uma perspectiva de futuro. Os estudantes, ao saírem de um treinamento ou irem para a segunda fase, por exemplo, sempre me perguntam quais cursos a universidade possui, se é necessário pagar, como fazer para ingressar. O que eu e meus colegas docentes sentimos com esse movimento sendo construído é que estamos criando perspectivas de futuro para nossos alunos, dando oportunidades, criando engajamento e confiança”, salienta ele. No mesmo sentido, ele ainda complementa: “As premiações internas realizadas pela Rede Municipal e a cerimônia organizada pela Omoc materializam as percepções citadas, no orgulho dos familiares, professores e estudantes com as conquistas”.

Ter a Omoc e outras olimpíadas, para ele, é fundamental para que haja uma mudança de paradigmas quanto à Matemática. “Eu diria que a principal limitação para o estudante não ter gosto pela Matemática é o não oferecimento dessas oportunidades, pois com o sucesso dos estudantes crescendo, temos famílias cada vez mais engajadas e também modificando seu pensamento (em geral negativo) sobre a Matemática”, finaliza.

Luana Theisen confirma que o apontamento de Guilherme é verdadeiro. Quando tinha 12 anos, ela participou a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) pela primeira vez. “Participar da OBMEP me fez  enxergar a matemática com outros olhos. Além disso, receber medalhas e ser reconhecida por isso é muito gratificante. A matemática das olimpíadas é trazida de uma forma diferente da matemática trabalhada na sala de aula. São questões instigantes, que fazem a gente desenvolver o nosso raciocínio lógico-matemático”, enfatiza.

Hoje, estudante do curso de Matemática da UFFS – Campus Chapecó, ela é bolsista no projeto de extensão da Omoc, auxilia na organização da olimpíada. “Identifiquei-me muito com o projeto da OMOC e fazer parte da organização e realização da V Olímpia de Matemática do Oeste Catarinense é um grande honra para mim. Quero que cada vez mais os alunos deixem de ver a matemática como um bicho de sete cabeças e a vejam como algo instigante. Afinal, a Matemática está em tudo”, conclui.