Professor do curso de Medicina já lançou cinco obras de literatura
Luiz Alberto Barcellos Marinho conta que começou a escrever após ser desafiado por colega de faculdade e nunca mais parou

Publicado em: 17 de janeiro de 2025 08h01min / Atualizado em: 17 de janeiro de 2025 08h01min

O desafio feito por um colega de faculdade, no encontro de 30 anos de formatura da turma de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, despertou em Luiz Alberto Barcellos Marinho, docente do curso de Medicina da UFFS – Campus Chapecó, o gosto por uma nova atividade: a de escritor. Instigado pelo colega a escrever sobre o período da faculdade e ao constatar que não havia nada registrado sobre esta época, decidiu aceitar a tarefa.

“No período de 1971 a 1976 vivíamos a ditadura militar. O livro aborda este aspecto, de como era ser universitário em um momento onde a liberdade de expressão não era uma tarefa fácil”, comenta. Ele recorda que depois desta primeira obra, intitulada “Memórias de um estudante de Medicina”, tomou gosto pela escrita e “como dizia o professor Lucas Viana Machado, da UFMG: ‘depois que você prova o sabor de escrever, torna-se dependente’”, diz.

Após esta primeira obra, as seguintes foram: “Contos & Encontros”, “Histórias guardadas”, “Olhe quem chegou!” e, a mais recentemente, “Zoinho”, lançada em julho de 2023. É a história de uma adolescente que passa pela experiência do estupro e, para não continuar sofrendo a violência, foge para outra cidade, onde convive com outras jovens com dramas semelhantes. O cenário é a cidade de Cajazeiras, na Paraíba.

Marinho conta que “Zoinho” tem uma particularidade. “Ao final da maioria dos capítulos eu anexei um trecho de música popular brasileira, que está ligado ao capítulo lido, e homenageio dois médicos que se dedicaram à música: Aldir Blanc e Paulo Vanzolin”, comenta. Um exemplo é a música “Ronda”, de Paulo Vanzolin, que finaliza o capítulo que fala da obsessão de um personagem pelo médico da história. Ao todo, a obra conta com 34 capítulos.

Inspiração

O dia a dia da profissão é uma das maiores fontes de inspiração de Marinho para compor suas obras. Ele conta que “Zoinho”, por exemplo, traz muito de sua experiência nos sete anos em que morou no Recife, onde presenciou situações semelhantes àquelas abordadas no livro. O professor lembra que terminou o curso de Medicina por lá, em 1976, e partiu para a especialização em Mastologia, com o professor José Aristodemo Pinotti, um dos maiores especialista em doenças da mama, na cidade de Campinas (SP).

Em 2009, Marinho decidiu mudar-se para o sul do Brasil, isto porque, segundo ele, é onde ocorre a maior frequência de casos de câncer de mama em mulheres mais jovens. “Eu tive uma rápida passagem pelo Rio Grande do Sul e em 2013 me mudei para Chapecó. Até 2021 fui responsável pelo ambulatório de mastologia na Unoesc de Joaçaba, por mais de 7 anos. Em agosto de 2021, após concurso para professor da UFFS - Campus Chapecó, concentrei meus trabalhos na cidade”, pontua.

Marinho conta que uma recente conquista como professor foi sua participação, em 2024, do décimo aniversário dos cirurgiões de mama, em Londres, na Inglaterra. Lá, apresentou o trabalho “Evaluation of Mammograms in the Unifield Health System of the City of Chapeco – SC in the Years 2022 and 2023”, das estudantes Luisa Eugênio Farias e Rackel Silva Resende, do curso de Medicina do Campus Chapecó, que foi orientado por ele e co-orientado pelo professor Rafael Matielo. Marinho é professor de Assistência à Saúde Integral da Mulher, com foco na saúde das mamas.

Obras

Todas as obras de Marinho podem ser adquiridas diretamente com o autor e estão também disponíveis na Livraria das Faculdades, localizada na rua 7 de Setembro, no centro de Chapecó.

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