UFFS é parceira em ação para semeadura de 4 toneladas de palmeira juçara na Mata Atlântica
Palmeira está ameaçada de extinção pela extração ilegal do palmito

Publicado em: 12 de junho de 2023 14h06min / Atualizado em: 13 de junho de 2023 14h06min

Na última quarta-feira (7), em uma ação conjunta entre Incra/PR, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Laboratório Vivan de Sistemas Agroflorestais da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), foram semeadas 4 toneladas de sementes de Palmeira Juçara, uma planta nativa da Mata Atlântica que está ameaçada de extinção devido à extração ilegal de palmito. 

As sementes foram lançadas na Mata Atlântica por um helicóptero da Divisão de Operações Aéreas da Polícia Rodoviária Federal. A ação vai ajudar no reflorestamento de uma área de 67 hectares de preservação, localizada no acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu-PR, na região oeste paranaense, local onde vivem 600 famílias de agricultores. 

Algumas dessas famílias trabalham com o projeto Sabores da Agrofloresta – a fruta camponesa, desenvolvido pelo Laboratório Vivan de Sistemas Agroflorestais da UFFS  - Campus Laranjeiras do Sul. Conforme explica o coordenador do projeto, Julian Perez Cassarino, “as famílias estão aprendendo a fazer doces, picolés, sorvetes, geleias com a polpa da fruta da palmeira, o açaí juçara, que também conhecido como açaí da Mata Atlântica, uma fruta que é bem parecida com o açaí da Amazônia”. 

O projeto Sabores da Agrofloresta tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento da cadeia produtiva de frutas nativas e crioulas por grupos de agricultores familiares, indígenas e faxinais da região centro-oeste do Paraná, além de promover ações de formação em manejo, uso, processamento e comercialização de frutas nativas e crioulas e seus produtos para grupos de agricultores familiares, indígenas e comunidades tradicionais.

Cassarino comenta que, no acampamento, 20 famílias já estão envolvidas no projeto. “Esse projeto de geração de renda a partir de frutas nativas está melhorando a qualidade de vida dos agricultores e ajudando as famílias a usar a planta de forma sustentável. Os agricultores colhem, processam os frutos e ajudam na pesquisa para manter a floresta em pé, além de ajudar na preservação da Mata Atlântica. Ainda estamos no início, mas como temos a intenção de aumentar a participação é necessário uma produção maior, por isso a necessidade de plantar mais dessas palmeiras”. 

Para a professora Manuela Pereira, “além de ser um produto muito procurado pelo público em geral, o açaí juçara é um produto muito versátil, podendo fazer desde geleias à sorvetes. Os agricultores perceberam que deixar a juçara em pé é bem mais rentável que extrair o palmito”.

Palmeira Juçara
A palmeira juçara está ameaçada de extinção devido a extração predatória do palmito. Diferente da maioria das demais espécies produtoras de palmito, a juçara não rebrota, ou seja, quando a árvore é derrubada para retirada do palmito o ecossistema perde uma árvore. 

 

Confira as reportagens nos links abaixo
Meio Dia Paraná - https://globoplay.globo.com/v/11681188/
Boa Noite Paraná - https://globoplay.globo.com/v/11682254/
Globo Rural - https://globoplay.globo.com/v/11689114/