Professor Visitante Sênior fala sobre fronteiras e xenofobia em evento de formação
Palestra aconteceu durante o XIX Módulo do Programa de Formação em Pesquisa e Pós-Graduação

Publicado em: 18 de agosto de 2016 10h08min / Atualizado em: 18 de agosto de 2016 11h08min

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFFS realizou, na quarta-feira (17), o XIX Módulo do Programa de Formação em Pesquisa e Pós-Graduação. Servidores da UFFS, estudantes e pessoas da comunidade regional acompanharam a exposição do professor do Programa Visitante Nacional Sênior (PVNS), Valmir Francisco Muraro, sobre o tema “Fronteiras, Nacionalismo e Xenofobia”.

O professor e pesquisador fez um relato do trabalho que realizou na UFFS durante os quatro anos que permaneceu no Programa, com destaque para a pesquisa de campo que implementou para o livro “Colonização, Conflitos e Convivências nas Fronteiras do Brasil, da Argentina e do Paraguai”. A publicação teve como organizadores Valmir Muraro e o professor da UFFS, Delmir José Valentini.

Muraro, que escreveu o capítulo “Mundo 'novo' sem fronteiras: brasileiros, sojeiros e agronegócios em território paraguaio”, contextualizou as questões envolvendo fronteiras, nacionalismo e xenofobia sob o ponto de vista das informações que obteve quando analisou a situação das relações estabelecidas na região da fronteira entre Brasil e Paraguai. Conforme Muraro, um dos problemas quando se estabelecem fronteiras, as quais podem ser de caráter econômico, cultural ou ecológica, é a separação das pessoas, criando o “Eu” e o “Outro”.

A pesquisa de campo e a análise de documentos revelaram, também, que a xenofobia pode manifestar-se como uma forma de proteção ou reação em relação ao tratamento que uma comunidade recebe de outra. De acordo com as constatações do professor visitante sênior, existe um certo xenofobismo dos cidadãos paraguaios em relação aos brasileiros, por conta do número excessivo que transpôs a fronteira e explora o território para o agronegócio, causando diversos problemas econômicos e de depredação do meio ambiente. “Quem vive nas regiões de fronteira vê estes fatos de forma diferente daqueles que estão nos gabinetes e precisam tomar as decisões”, analisa Muraro.