Publicado em: 28 de novembro de 2019 16h11min / Atualizado em: 29 de novembro de 2019 09h11min
Com o propósito de adquirir experiência e conhecimento na área de eletrofiação de polímeros para embalagem de alimentos, para posteriormente compartilhá-las com docentes e estudantes do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o estudante David Fernando dos Santos embarcou, em julho deste ano, com destino à University of Guelph, no Canadá, onde deve permanecer até março de 2020.
A proposta de passar um período na University of Guelph foi sugerida pela docente da UFFS, Vânia Zanella Pinto, que é orientadora de David. Conforme relata o estudante, “Vânia foi orientada no doutorado pelo professor Loong-Tak Lim, da University of Guelph, que é uma importante referência na área. Como a professora já tem experiência nessa área e deseja implementar essa linha de pesquisa nos laboratórios da UFFS, ela me mostrou essa possibilidade”.
Em Guelph, David atua como assistente de pesquisa. Em sua rotina diária estão a leitura de artigos, a seleção de informações para a pesquisa, as atividades laboratoriais e as reuniões de planejamento para definição das próximas etapas do projeto.
O acadêmico comenta: “o experimento que desenvolvo utiliza uma diferença potencial elétrica para produzir fibras em escala nanométrica”. A professora Vânia explica que “a diferença de potencial elétrico promove a formação de fibras com diâmetro ultrafino, que comparados a um fio de cabelo humano são muitas vezes menores. As fibras são depositadas em sistema coletor e, em geral, se obtêm membranas que podem ser utilizadas em sistemas de filtração, absorção de contaminantes, na regeneração de pele e tecidos, como vasos sanguíneos, cartilagens, entre outros”.
Para exemplificar, o estudante relata: “de maneira simples, o potencial elétrico aplicado nesse caso funciona exatamente como o processo de abrir uma massa de macarrão, que ao mesmo tempo em que alonga a massa, a deixa mais fina”.
Vânia complementa dizendo que “na área de alimentos e fármacos, pode-se empregar essas fibras para o encapsulamento de compostos ativos, muitas vezes sensíveis a luz, temperatura, oxigênio e, assim, proteger esses compostos de interesse. Além disso, podem ser utilizadas em sistemas de reforço em embalagens, para torná-las mais resistentes, em sistemas absorventes para evitar o acúmulo de líquidos e em sistemas de embalagens ativas e inteligentes, com liberação controlada de compostos antioxidantes e antimicrobianos, indicador de tempo-temperatura de estocagem entre outros sistemas”.
Para acadêmicos que também desejem complementar a formação acadêmica permanecendo um período em universidade fora do país, David recomenda: “Inglês: você não precisa ser fluente e saber toda a gramática, mas você precisa de um mínimo de compreensão e confiança para poder se comunicar. Não ter medo: quando a oportunidade aparecer, não hesite, vá! Nós nunca estamos completamente prontos para uma mudança assim, você precisa se testar um pouco às vezes e saber se adaptar em situações fora da sua zona de conforto. Propósito: é preciso saber o que se busca, ser turista é bom, mas geralmente ninguém te paga para fazer isso. Faça agora: não espere o final do curso para incrementar seu currículo. As notas são importantes, mas nem sempre são a definição de sucesso. O envolvimento em atividades extracurriculares, desde o início da vida acadêmica, é muito importante para se conhecer, aprender coisas novas e moldar seu caminho aos seus objetivos”.
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