Publicado em: 26 de agosto de 2020 14h08min / Atualizado em: 26 de agosto de 2020 19h08min
A aquicultura vem se apresentado cada vez mais como uma forma interessante de diversificação para as propriedades. No Paraná já atinge a marca de 146.212 toneladas, possuindo a maior produção do Brasil. No entanto, a viabilidade da atividade está relacionada à existência de condições que propiciem seu desenvolvimento na região em que está implantada.
Assim, a pesquisa desenvolvida por André de Moura Victorio, sob orientação da professora Betina Muelbert e coorientação do professor Emmanue Arnhold, no Programa de Pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável da UFFS – Campus Laranjeiras do Sul, teve como objetivo realizar um diagnóstico da situação atual da aquicultura na região geopolítica de Laranjeiras do Sul. Região que compreende os municípios de Diamante do Sul, Espigão Alto do Iguaçu, Guaraniaçu, Laranjeiras do Sul, Marquinho, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro, Quedas do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu e Virmond.
A pesquisa dividiu-se em duas etapas, a primeira etapa consistiu em entrevistas com entidades públicas e privadas envolvidas no setor e a segunda etapa foi realizada através de entrevistas em amostra aleatória, envolvendo 70 dos 190 aquicultores existentes. Nas entrevistas foram elencadas ações envolvendo políticas públicas já desenvolvidas na região pelas diversas entidades identificadas, assim como seu ponto de vista sobre o setor. Com relação aos aquicultores foram levantadas informações relativas ao perfil do produtor, da propriedade, da produção aquícola e as dificuldades enfrentadas.
Nas entrevistas com as entidades, observou-se que já houve ações de incentivo à aquicultura, com foco na piscicultura, nas áreas de assistência técnica, pesquisa, subsídio na construção de viveiros, organização de compra e venda de insumos, entre outras. Porém, identificou-se que houve pouco planejamento de médio ou longo prazo dessas políticas. Também foi verificado que a piscicultura tem voltado sua produção para a venda direta e o autoconsumo, com abate informal na maioria dos municípios.
Quanto ao perfil do produtor, há predominância de pequenas e médias propriedades de caráter familiar, 61% até 15 hectares, que tem na piscicultura uma diversificação de renda. As produções têm a tilápia como espécie principal, no entanto não foi possível estimar a produção total da região pela falta de registros.
As principais dificuldades apontadas, tanto pelas entidades quanto e pelos produtores, estão relacionadas à comercialização e abate. Assim, conclui-se que a superação dos entraves passam necessariamente pela formalização e regularização do abate para o acesso a mercados locais e regionais e existem ações do setor privado identificadas pela pesquisa na região que carecem de maior suporte técnico e operacional. A assistência técnica ao produtor rural também foi apontada pelos produtores como uma necessidade para garantir a viabilidade.
Apesar dos problemas identificados pela pesquisa, a produção de pescado é vista como potencial pela maioria dos entrevistados. Acredita-se que a cadeia aquícola poderia entrar como atividade econômica em um ciclo de desenvolvimento sustentável na região de Laranjeiras do Sul.
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