Publicado em: 12 de agosto de 2019 13h08min / Atualizado em: 12 de agosto de 2019 16h08min
Durante os dias sete e oito de agosto aconteceu, na Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Laranjeiras do Sul, a V Semana Acadêmica Integrada das Licenciaturas em Educação do Campo.
O evento reuniu acadêmicos e docentes dos cursos Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza; Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências Naturais, Matemática e Ciências Agrárias; e do curso Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências Sociais e Humanas, além da comunidade regional.
Durante os dois dias importantes nomes da Educação discutiram a atual conjuntura da educação brasileira, em especial a Educação do Campo. A palestra de abertura foi conduzida pela professora Joziléia Kaingang, doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Importante liderança indígena, atualmente é a coordenadora pedagógica da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, também pela UFSC. Durante sua fala, abordou o tema da universidade enquanto “território” e as conquistas, desafios e perspectivas para os povos indígenas, que têm ocupado este lugar simbólico e de poder.
A palestra de abertura foi conduzida pela professora Joziléia Kaingang, doutoranda em Antropologia Social pela UFSC. (Éliton Novais/UFFS)
Fechando a noite da programação do primeiro dia de evento, aconteceu uma mesa-redonda com egressos e docentes dos cursos de Educação do Campo da UFFS – Campus Laranjeiras do Sul. Durante a mesa foram abordados assuntos referentes ao mercado de trabalho na Educação do Campo e às experiências profissionais dos egressos.
No segundo dia de evento ocorreram duas importantes palestras. Na primeira, conduzida pelo professor Marcos Gehrke, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), foram abordados temas referentes a formação docente na Educação do Campo. A palestra, intitulada: “Educação do campo, das águas e das florestas: desafios na formação das LEDOC”, discutiu a diversidade e a importância de sua compreensão para uma educação do campo e para o campo. Na segunda palestra, que foi ministrada pelo professor Gaudêncio Frigotto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), foi abordado o papel das licenciaturas e da formação docente na conjuntura de desmanche da educação pública.
Gaudêncio Frigotto (UERJ) abordou o papel das licenciaturas e da formação docente na educação pública. (Éliton Novais/UFFS)
Durante sua fala, o professor Gaudêncio Frigotto enfatizou que “a educação pública, em especial a básica, vem sendo liquidada” e que sob a “ideologia da meritocracia, o que se quer barrar são os novos sujeitos do campo e da cidade que ascenderam ao nível médio e universitário”. O professor frisou, ainda, que em conjunto com as contrarreformas (da previdência, trabalhista), o atual desmanche da educação esvazia a formação docente e ataca o pensamento crítico. Em dado momento da fala, o professor destacou o importante papel desenvolvido pela UFFS e ressaltou que trata-se de uma universidade “ícone” na história da educação brasileira.
Além das palestras, aconteceram diversas atividades, como apresentações culturais e oficinas, entre elas oficinas sobre língua Kaingang e Guarani, uso do Stencil e sua simbologia da luta na Educação do Campo, a abordagem de softwares educacionais, como o Software Tracker, a produção de minidocumentários como recurso didático, normas da ABNT e também uma oficina sobre a utilização de plantas medicinais.
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